Ucrânia vê como ‘cinismo’ envio de ajuda pela Rússia
Primeiro-ministro reafirmou que comboio não poderá entrar no país
Por Da Redação
13 ago 2014, 09h57
O governo da Ucrânia considerou um ato de “cinismo” o envio pela Rússia de um comboio humanitário para o leste de seu território e reafirmou que os caminhões não terão permissão para entrar no país. “O nível de cinismo dos russos não conhece limites”, disse o primeiro-ministro Arseniy Yatseniuk durante uma reunião de governo. “Primeiro eles enviam tanques, depois, mísseis Grad e bandidos que disparam contra os ucranianos e então eles enviam água e sal”.
O premiê reafirmou que o envio de qualquer tipo de ajuda humanitária do exterior precisa ser organizado sob supervisão da Cruz Vermelha Internacional. Cerca de 280 veículos deixaram os arredores de Moscou nesta quarta em direção à Ucrânia, onde devem chegar nesta quinta-feira.
Em sua página no Facebook, o ministro do Interior, Arsen Avakov afirmou que nenhum comboio terá permissão para cruzar a fronteira na Carcóvia, rumo a Lugansk e Donetsk, regiões tomadas por separatistas pró-Rússia. “A provocação de um agressor cínico não será permitida em nosso território”.
Aparentemente, o governo ucraniano pode barrar a entrada dos caminhões no país e transferir as cargas para outros veículos, sob coordenação da Cruz Vermelha. A União Europeia advertiu que o comboio russo deve ser analisado, diante da desconfiança de que a operação tida como humanitária poderia servir como disfarce para uma invasão de tropas russas no território ucraniano.
Há quatro meses as forças ucranianas combatem separatistas no leste do país. Os confrontos nas principais cidades de Donetsk e Lugansk levaram a população a sofrer com escassez de água, alimentos e eletricidade. Segundo Yatseniuk, Kiev recebeu 6 milhões de dólares em ajuda de aliados ocidentais, dinheiro que seria empregado para melhorar as condições nas áreas mais atingidas pela crise. (Continue lendo o texto)
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Vítimas – O escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou nesta quarta que o número de mortos no conflito chegou a 2.086 até o dia 10 de agosto, contra 1.129 registrados até 26 de julho. Este foi o período em que o governo reforçou a operação para retomar territórios controlados por rebeldes.
Os dados incluem soldados ucranianos, separatistas e civis e, para a agência, “são estimativas muito conservadoras”. “Isso corresponde a uma clara tendência de escalada (da violência)”, disse a porta-voz Cécile Pouilly.
(Com agência Reuters)
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