Ucrânia confirma libertação de 139 soldados em troca com rebeldes
Alguns dos militares mantidos prisioneiros estavam feridos e uns poucos caminhavam com a ajuda de muletas
O exército ucraniano e os rebeldes pró-Rússia iniciaram neste sábado a primeira troca bilateral de prisioneiros, como parte dos acordos de Minsk. Os rebeldes entregaram 139 soldados ucranianos em troca de 52 combatentes separatistas próximo da cidade de Zhelobok, na região rebelde de Lugansk, no leste da Ucrânia. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, confirmou, em seu perfil no Twitter, a troca de prisioneiros, escrevendo que “140 heróis ucranianos estarão a caminho de casa, saídos do cativeiro”.
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Alguns dos soldados mantidos prisioneiros pelos rebeldes estavam feridos e uns poucos caminhavam com a ajuda de muletas. Os insurgentes disseram que alguns de seus prisioneiros haviam sido capturados na ofensiva rebelde na cidade-chave de Debaltseve, nesta semana. Em um mês, 179 soldados ucranianos morreram na batalha de Debaltseve e 81 estão desaparecidos, anunciou neste sábado o conselheiro do presidente ucraniano, Yuri Biriukov.
Inicialmente, os rebeldes haviam anunciado que apenas 40 prisioneiros seriam trocados por cada campo, mas outros acabaram sendo adicionados mais tarde ao grupo. Os acordos acertados entre a Ucrânia e os rebeldes pró-russos com o apoio de Alemanha, França e Rússia preveem a libertação de todos os reféns retidos desde o início do conflito, em abril de 2014.
Trégua – Alemanha e França continuam tentando apoiar a trégua – sem muita esperança, porém – para pôr fim a um conflito que deixou quase 5 700 mortos em dez meses, segundo o balanço mais atualizado da Organização das Nações Unidas (ONU). “Não temos nenhuma ilusão”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, na sexta-feira, depois de se reunir com o presidente francês, François Hollande, em Paris.
Os acordos firmados na capital bielo-russa, com a participação de Ucrânia, Rússia, Alemanha e França, previam um cessar-fogo total, a retirada das armas pesadas da frente de combate, a libertação dos prisioneiros e negociações para uma maior autonomia das regiões separatistas.
Neste sábado, em entrevista coletiva em Londres, o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou que os Estados Unidos avaliam a imposição de sanções à Rússia por seu comportamento “covarde” na Ucrânia. “Podemos adotar sanções muito graves que podem ter um impacto muito negativo na economia russa”, disse Kerry, acrescentando que o presidente Barack Obama vai analisar as alternativas disponíveis e tomar sua decisão.
(Com agências EFE e France-Presse)