Turquia acusa milícia curda por atentado em Ancara
O país também sofreu nesta quinta um novo ataque terrorista, que matou sete militares. Em retaliação, a Força Aérea turca bombardeou milícias curdas no norte do Iraque
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, acusou nesta quinta-feira a milícia curdo-síria das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG, sigla em curdo) de cometer o atentado suicida de ontem em Ancara, que deixou 28 mortos. O governo também apontou que o ataque teve a colaboração do Partido de Trabalhadores de Curdistão (PKK), legenda política ilegal que conta com um braço terrorista.
Também nesta quinta, pelo menos sete pessoas morreram em um atentado a bomba acionada por controle remoto que explodiu durante a passagem de um veículo militar no sudeste da Turquia. Poucas horas após o atentado de Ancara, a aviação turca atacou posições do PKK no norte do Iraque e “eliminou entre 60 e 70 rebeldes”, assegurou o Estado-Maior turco em comunicado em seu site. Um dos líderes do PKK, Cemil Bayik, disse que não sabia quem era responsável, mas que os ataques poderiam ser uma resposta a “massacres no Curdistão”, fazendo referência à região curda que cobre partes de Turquia, Síria, Iraque e Irã.
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Em discurso na sede do Estado-Maior do Exército turco, que foi retransmitido pela televisão, Davutoglu identificou o suspeito de ter cometido o atentado como Saleh Mercan, nascido em 1992 na cidade de Amude, no norte da Síria. Segundo o primeiro-ministro turco, nove pessoas foram detidas em relação a este atentado, cometido em uma região central da capital turca nesta quarta-feira às 16h30 durante a passagem de um comboio de ônibus militares que levavam soldados para um quartel.
A Turquia está no meio de uma complexa operação militar, que atua em diversas frentes: em seu próprio território, na Síria e no Iraque o Exercito luta contra as milícias curdas que considera terroristas. Também na Síria e Iraque, a Turquia está lutando contra o avanço do Estado Islâmico (EI). Recentemente, atentados do EI mataram centenas de civis, entre eles turistas europeus que visitavam Istambul.
(Da redação)