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Terremoto mais violento já registrado no Japão causa um tsunami, provoca pânico, arrasa edifícios e já mata 337

País é acostumado a sofrer violentos tremores, mas abalo desta sexta teve uma intensidade jamais vista - 8,9 graus. Onda de água e lama engole região costeira

Por Da Redação
11 mar 2011, 11h24

Outros dois tremores de menor intensidade (6,6 graus) se sucederam ao primeiro. Na capital, Tóquio, dezenas de prédios pegaram fogo, e alguns sofreram pequenos desabamentos

O Japão enfrenta uma catástrofe de grandes proporções nesta sexta-feira. Depois do mais violento terremoto já registrado desde que as medições sísmicas começaram no país, um tsunami cobriu parte da costa nordeste do território japonês. A região mais castigada é próxima da cidade de Sendai, capital da província de Miyagi. Um balanço da polícia já fala em pelo menos 337 mortos e 531 desaparecidos. Mas, segundo a agência de notícias Kyodo, o número de mortos pode chegar 1.000, já que há relatos de que pessoas estão desaparecidas sob escombros de prédios e casas. O governo ainda não confirma os números.

O terremoto, ocorrido na tarde desta sexta (no horário local), atingiu 8,9 graus na escala Richter e ocorreu a 24 quilômetros da superfície. Outros dois tremores de menor intensidade (6,6 graus) se sucederam ao primeiro. Na capital, Tóquio, dezenas de prédios pegaram fogo, e alguns sofreram pequenos desabamentos. A maior metrópole do planeta viveu momentos de caos – algo incomum para a rotina ordeira de quem mora em Tóquio. Pessoas que moram e trabalham em grandes edifícios correram para a rua, onde permaneceram à espera de notícias da situação. Os prédios chacoalharam e as estações de trem e metrô interromperam suas atividades. Praças e ruas vizinhas às estações ficaram cheias de pessoas.Na quarta-feira, um tremor de 7,2 graus já havia atingido o país.

Após o tremor desta sexta-feira, um tsunami com ondas de até dez metros atingiu cidades costeiras. A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de alto risco de tsunamis, com ondas de até seis metros em Miyagi e de até três metros em Iwate. A maior parte dos Estados do Pacífico, da Oceania à América Latina, também emitiram alertas de tsunami, mas nenhuma dano significativo foi observado até o momento fora do arquipélago nipônico.

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No Japão, os habitantes que se encontram perto do litoral foram orientados a se dirigir para terrenos elevados. Em Sendai, um navio com cerca de cem pessoas a bordo foi levado pelas águas, ignorando-se o destino dos seus ocupantes. Um trem de passageiros, com um número desconhecido de pessoas a bordo, também desapareceu na prefeitura de Miyagi após ter sido engolido por uma onda de dez metros, segundo a agência de notícias Kyodo, citando a políica.

As devastações “foram de uma proporção tão intensa que não tivemos temos de reunir elementos esparsos”, informou um representante. O governo se prepara para “destruições consideráveis”. Despachou imediatamente navios e soldados para participar das operações de socorro, assim como aviões para observar a situação no local. O governador da prefeitura vizinha de Fukushima ordenou agora à noite, hora local, a evacuação de 2.000 pessoas que moram num raio de 2 km em torno da central nuclear Fukushima 1.

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O ministério da Indústria informou que os 11 reatores nucleares da região pararam automaticamente. Um começo de fogo foi observado no prédio onde fica a turbina da central nuclear de Onagawa situada em Miyagi. No entanto, não foi registrado nenhum vazamento radiativo nesta instalação nem nos outros sítios nucleares atingidos, segundo as autoridades.

Galeria de fotos: carros arrastados, navios tombados e medo nas ruas do Japão

Região litorânea – Muito menos povoada mas muito mais atingida pelo tremor, a região litorânea teve cenas impressionantes – câmeras de televisão mostraram uma gigantesca onda de lama varrendo estacionamentos, arrastando casas, engolindo carros. Um trem com passageiros sumiu em meio ao tsunami. Um navio com cerca de 100 pessoas a bordo também segue desaparecido. Em Sendai, houve incêndios e a pista do aeroporto local ficou coberta por água, lama e automóveis arrastados pelo tsunami. Cerca de 2.000 pessoas receberam uma ordem de evacuação em áreas sob risco. As usinas de energia nuclear foram fechadas – de acordo com o governo, não há risco de explosão.

O terremoto abalou também a aviação mundial, com voos que sairiam ou chegariam ao Japão sendo cancelados. Mais de 20.000 pessoas ficaram presas só nos dois principais aeroportos de Tóquio. O caos se repetiu nos terminais de outras cidades.

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Além disso, o alerta de tsunami se estendeu a vários países da Ásia, Oceania e Américas – incluindo o continente sul-americano. O tremor também paralisou os serviços do shinkansen, o trem-bala japonês. Situado no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, o Japão sofre frequentes terremotos. Apesar dessa rotina de tremores, é raro que um terremoto provoque vítimas – as rígidas normas de construção vigentes no país garantem que as casas e prédios tenham o maior grau de segurança possível para aguentar aos tremores. A violência do terremoto desta sexta, porém, atingiu um nível tão grande que mesmo as precauções tomadas pelos japoneses não foram capazes de impedir uma tragédia.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, qualificou de “grandes” os danos causados pelo terremoto. Ele não quis revelar as estimativas sobre número de vítimas. Kan pediu calma à população para fazer frente às consequências do forte tremor. Diversos países já manifestaram solidariedade aos japoneses – os americanos, que mantêm relação muito próxima com o governo de Tóquio, já ofereceram ajuda ao país. A Grã-Bretanha e a Itália também se prontificaram a enviar remessas de ajuda humanitária a Tóquio. O Google disponibilizou um serviço (em inglês e japonês) de localização de pessoas que desapareceram após o terremoto.

(Com agências EFE e France-Presse)

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