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Em Bangcoc, Suu Kyi revela detalhes de prisão domiciliar

Opositora disse que seu país não deve ser campo de batalha para EUA e China

Por Da Redação
1 jun 2012, 09h06

A Nobel da Paz e opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, disse nesta sexta-feira em Bangcoc que o rádio era sua principal conexão com o mundo durante os mais de 15 anos que passou em prisão domiciliar. Nesse período, Suu Kyi quase não recebia visitas, praticava meditação e tinha acesso só aos canais de televisão estatais e a uma rádio em que conseguia sintonizar a BBC e o Voice of America. A prisão, cumprida em Yangun, foi imposta porque ela exigia reformas democráticas ao então regime militar birmanês

“Aprendi muito escutando rádio, já que não havia distrações, nem gente e nem comida na mesa. Ao escutar, você fica mais atenta à informação”, explicou a Nobel da Paz durante um dos momentos mais descontraídos de seu discurso no Fórum Econômico Mundial.

Viagem – Desde que chegou à Tailândia, na terça-feira, em sua primeira viagem ao estrangeiro em 24 anos, Suu Kyi se mostrou afável e segura de si mesma, tanto em seus encontros com imigrantes birmaneses como debatendo com empresários, ministros ou cercada pela imprensa que acompanha a ativista por todas as partes.

Agora, após passar tantos anos isolada, a opositora pretende até iniciar uma conta nas redes sociais para ter mais contato com as pessoas. “Não sei se terei tempo neste momento, mas com os adiantamentos tecnológicos nunca se sabe. Pode ser que amanhã esteja conectada no Facebook”, disse a birmanesa em entrevista coletiva.

Além das experiências obtidas no período em que esteve presa, Suu Kyi também falou sobre temas pessoais, como seu pai, o herói da independência Aung San, de quem disse ter herdado a capacidade de liderança, e de sua mãe, Khin Kyi, que lhe ensinou a ter disciplina e a importância do dever. “Minha mãe me ensinou que o dever está na frente de tudo. Tentei pôr isto sempre em prática”, afirmou Suu Kyi, nome que poderia ser perigoso de ser pronunciado em Mianmar durante anos. A última junta militar se dissolveu e passou o poder a um governo civil há pouco mais de um ano.

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Diplomacia – Suu Kyi ainda aproveitou a atenção da imprensa para pedir aos Estados Unidos e à China que não utilizem Mianmar, um país estratégico para ambos, como “um campo de batalha”. “Muita gente se pergunta qual será a posição de Mianmar agora que começamos a caminhar em direção aos Estados Unidos, e como isto afetará nossas relações com a China”, disse na mesma coletiva de imprensa em Bangcoc.

“Sempre me preocupo quando Mianmar é visto como um campo de batalha por Estados Unidos e China”, afirmou a líder opositora. A China é a primeira investidora estrangeira em Miamar, onde adquire, sobretudo, seu petróleo e seu gás natural, e desfruta de um mercado ideal para colocar seus produtos. Pequim, por sua vez, usou durante anos seu poder como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para evitar sanções internacionais à junta que estava no poder em Mianmar, o que não impediu os EUA e outras potências ocidentais de condenarem o regime e imporem represálias ao país.

Mas, em março de 2011, a junta se autodissolveu e transmitiu seus poderes a um governo civil de ex-militares que multiplicou as reformas. Isso propiciou, entre outras coisas, o retorno à vida política de Aung San Su Kyi, eleita deputada em abril. Washington, que elogiou o rumo das reformas, também suavizou algumas sanções e nomeou seu primeiro embaixador em Mianmar em 22 anos.

(Com agências EFE e France-Presse)

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