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Sobe para 95 o número de mortos no duplo atentado em manifestação pela paz na Turquia

Cerca de 10 000 pessoas participaram de um protesto, após os ataques, pedindo atribuição de responsabilidades ao governo turco

Por Da Redação
10 out 2015, 08h08

Ao menos 95 pessoas morreram neste sábado no atentado mais grave da histórica turca, lançado provavelmente por dois terroristas suicidas contra uma manifestação pacifista da oposição pró-curda, a três semanas das eleições legislativas antecipadas. Segundo o gabinete do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, o ataque deixou também ao menos 248 feridos.

Terroristas suicidas produziram duas explosões, quase simultâneas, transformando a manifestação em um cenário de guerra, no centro da capital Ancara. Os ataques aconteceram no momento em que os manifestantes cantavam e faziam brincadeiras. As detonações foram tão fortes que explodiram as grossas janelas de vidro de um terminal ferroviário próximo. Em segundos, centenas de pessoas, foram atingidas por uma “chuva” de restos mortais das vítimas. Até o momento, ninguém reivindicou a autoria do atentado.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o massacre, chamando-o de “um abominável ataque contra a unidade e a convivência”. E acrescentou que as explosões “não se distinguem em nada dos atos de terror contra cidadãos inocentes, servidores, policiais e soldados”, fazendo referência aos atentados cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). “Somos contra todo tipo de terror e de organização terrorista”, declarou Erdogan.

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O partido da esquerda pró-curda HDP, por sua vez, destacou a semelhança do atentado de hoje com a bomba colocada em um comício do grupo em Diyarbakir, dois dias antes das eleições do dia 7 de julho, e também com o massacre de Suruç. Neste atentado, um jovem jihadista turco, provavelmente treinado pelo Estado Islâmico (EI), matou 34 ativistas pró-curdos em uma assembleia. Depois do ataque, o PKK rompeu o cessar-fogo estabelecido com o governo há mais de dois anos. Desde então, centenas de pessoas morreram, entre guerrilheiros, civis e agentes das forças de segurança, em atentados, ataques e confrontos.

Hoje, pouco depois da tragédia de Ancara, a cúpula do PKK anunciou que estabelecerá uma trégua unilateral até a realização das próximas eleições na Turquia, marcadas para o dia 1º de novembro. Em comunicado divulgado pela agência curda “Firat”, o PKK afirma que seus militantes “suspenderão todas as ações previstas” e “evitarão todo movimento, salvo em defesa própria”.

O ataque também foi condenado pela comunidade internacional. O secretário-geral da Otan, general Jens Stoltenberg, disse que não pode haver justificativa para um ataque tão horrendo contra pessoas que marcham pela paz. Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, destacou que todos os turcos e as forças políticas do país devem permanecer unidos contra os terroristas e aqueles que tentam desestabilizar e ameaçar a Turquia. A Rússia, que vive um momento de tensão diplomática com a Turquia devido à intervenção na Síria, também condenou o atentado e pediu para que todos deixem de lado os interesses próprios para reunir esforços no combate ao terrorismo.

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“A tragédia de Ancara voltou a confirmar a prioridade da luta contra o terrorismo e suas várias estruturas na região, além da necessidade da união de esforços de todos os parceiros, tanto da região como de fora dela”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zajarova.

Protesto – Cerca de 10 000 pessoas saíram às ruas em Istambul para atribuir responsabilidades pela tragédia ao governo turco. Exibindo uma grande faixa com a frase “Conhecemos os assassinos”, os manifestantes ocuparam a Avenida Istiklal, uma das principais vias do lado europeu de Istambul. Policiais acompanharam a manifestação, que transcorreu sem incidentes.

Protestos similares ocorreram em outras localidades, como Diyarbakir, a maior cidade da região sudeste da Turquia. Lá, foram registados confrontos entre manifestantes e a polícia, que atirou gás lacrimogêneo na multidão. A agênciade notícias Dogan também noticiou a realização de protestos em Izmir (oeste), Batman, Urfa e Van (sudeste).

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(Com Agência EFE e France-Presse)

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