Síria tem eleições legislativas em áreas controladas pelo regime
3.500 candidatos disputam as 250 cadeiras do parlamento. Oposição considera pleito ilegítimo
Os locais de votação para as eleições legislativas organizadas pelo regime sírio e criticadas pela oposição abriram as portas nesta quarta-feira, ao mesmo tempo em que o país enfrenta o aumento da violência após semanas de cessar-fogo. Esta é a segunda eleição desde o início da guerra em 2011 e 11.341 candidatos se inscreveram para a disputa das 250 cadeiras em jogo, mas apenas 3.500 candidatos estão concorrendo nesta quarta-feira. “Os outros se retiraram por considerarem que não tinham chance de vitória”, disse o presidente do Comitê Jurídico Supremo das Eleições, o juiz Hicham al-Shaar.
Nas regiões sob controle do governo – um terço do território e 60% da população -, os centros de votação abriram às 7h00 (1h00 de Brasília) e devem fechar às 19h00 (13h00 de Brasília), exceto se a comissão eleitoral decidir prorrogar o prazo.
Os muros da capital Damasco estão cobertos com cartazes de candidatos, mas no teto de um dos maiores edifícios da cidade está uma propaganda do partido Baath, que governa o país há mais de 50 anos, com a frase “As eleições da resistência”.
A votação coincide com o início da segunda sessão de negociações indiretas entre o regime de Bashar Assad e a oposição, com a mediação da ONU, em Genebra.
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A consulta acontece no momento em que o país está a um passo de cair novamente em uma guerra complexa que opõe o regime, rebeldes moderados e islamitas, além dos grupos extremistas Estado Islâmico (EI) e Frente Al-Nusra, braço sírio da Al-Qaeda.
Estas eleições não são consideradas legítimas para os opositores dentro e fora do país, assim como para os países ocidentais. Mas a Rússia, grande aliada do regime, considera que estão “de acordo com a atual Constituição síria”. A ONU defende a celebração de eleições gerais em 2017.
O resultado deve ser parecido com o das eleições de maio de 2012, segundo analistas. Pela primeira vez, vários partidos foram autorizados a participar, mas o Baath obteve a maioria dos 250 deputados eleitos para um mandato de quatro anos.
(Com AFP)