EUA admitem: querem apoio internacional para agir na Síria
Casa Branca diz que posição de outros governantes determinará qual ação será tomada em resposta ao massacre decorrente do uso de armas químicas
Por Da Redação
29 ago 2013, 17h06
Os Estados Unidos dificilmente lançarão uma intervenção militar na Síria sem o respaldo da comunidade internacional. Durante o pronunciamento diário da Casa Branca, o porta-voz Josh Earnest reconheceu que o apoio de outros governantes ditará a resposta do presidente Barack Obama ao massacre de civis em decorrência de um ataque químico, na semana passada. “Não quero pressupor qual tipo de julgamento será feito pelo presidente. Contudo, ele reconhece o papel que a lei internacional tem neste caso. Isso será um fator. É relevante que vários líderes e organizações internacionais tenham se juntado dessa forma”, afirmou Earnest. Embaixadores dos cinco países membros do Conselho de Segurança da ONU estão novamente reunidos em Nova York para discutir a questão. Desta vez, a reunião de dois dias foi convocada a pedido da Rússia.
O porta-voz da Casa Branca também reconheceu que a Rússia continuará bloqueando o aval da ONU para qualquer ação americana na Síria, o que levará Obama a “tomar uma decisão baseada nos interesses de segurança nacional dos EUA”.
Assim como em outros pronunciamentos da Casa Branca, Earnest se mostrou um tanto evasivo ao falar sobre as opções cogitadas por Obama – e até a influência dos aliados para uma intervenção americana. Um dos pontos evitados pelo porta-voz foi a reunião extraordinária do Parlamento britânico sobre uma ação militar contra o regime do ditador Bashar Assad. “Nós gostamos das palavras fortes que foram usadas pelos políticos britânicos sobre a Síria. Nós ouvimos que eles têm o desejo de tornar o regime de Assad responsável pelo que aconteceu”, limitou-se a dizer. Questionado se Obama pretende pedir o voto do Congresso para definir seu posicionamento, Earnest foi enfático. “Não. O presidente acha muito importante que haja uma consulta, mas não vai definir seu posicionamento com base nas preferência do Congresso.”
O comunicado da Casa Branca foi seguido pela fala de Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado. Ex-funcionária da CIA, Marie foi logo bombardeada com questões a respeito das semelhanças entre a fracassada intervenção americana no Iraque e uma futura ação militar na Síria. “Eu encorajaria as pessoas a não equalizarem esses acontecimentos”, disse. A porta-voz afirmou que existem “consideráveis diferenças” entre a Síria e Iraque, e rechaçou a existência de qualquer comparação “válida” ou “legítima” neste caso. Em 2003, o Iraque foi invadido pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha sob a justificativa de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, uma acusação que depois se provou falsa.
Repercussão – A possibilidade de responder militarmente ao massacre da última semana sem o respaldo da ONU foi aprovada nesta quinta-feira pelo governo da Dinamarca, informou a agência de notícias Associated Press. “A Dinamarca está pronta para considerar opções alternativas” à ONU, disse o primeiro-ministro Helle Thorning-Schmidt. O premiê, no entanto, reiterou que o país ainda não foi chamado para dar nenhuma contribuição.
Na Alemanha, uma pesquisa lançada pela rede de televisão ZDF constatou que “a maioria dos alemães são contrários a uma intervenção militar do Ocidente na Síria e não querem que o país apoie uma ofensiva liderada pelos Estados Unidos”. O porta-voz da Casa Branca havia declarado ao longo de seu pronunciamento que Obama chegou a conversar nesta quinta-feira com a chanceler Angela Merkel sobre a situação Síria. A mesma visão da população alemã é compartilhada pelo governo argentino. Uma nota divulgada pelo ministério das Relações Exteriores do país rejeitou qualquer participação no conflito, uma vez que “ficou provado que tanto forças do governo quanto da oposição usaram armas químicas” na guerra civil.
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