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Síria: enquanto potências discutem ataque, ONU pede tempo

Secretário-geral afirma que é preciso tentar resolver a questão pela via diplomática. Conselho de Segurança se reúne na iminência de ação militar

Por Da Redação
28 ago 2013, 11h29

Diante da pressão das potências ocidentais por uma intervenção militar na Síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon pediu nesta quarta-feira aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas que se unam para “atuar pela paz” no país árabe. Ban defendeu que a situação seja resolvida pela via diplomática, e não militar. “Chegamos ao momento mais grave deste conflito”, disse o sul-coreano. “Nós precisamos buscar todos os caminhos para levar as partes à mesa de negociações”, disse. “Deem uma oportunidade à paz, deem uma oportunidade à diplomacia. Parem de lutar e comecem a falar”, completou, durante discurso em Haia.

Ban também afirmou que a equipe da ONU que investiga o ataque químico que matou centenas de civis na semana passada nos subúrbios de Damasco precisa de mais quatro dias para concluir seus trabalhos. Na manhã desta quarta, os inspetores chegaram à região controlada pelos rebeldes para verificar os indícios de ataque químico. Trata-se do segundo dia de investigações sobre o massacre. A visita, que ocorreria nesta terça, foi postergada pelo governo sírio, que alegou questões de segurança. A inspeção começou a ocorrer cinco dias depois do ataque, quando o governo Sírio finalmente autorizou os trabalhos.

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O secretário-geral também afirmou que o fornecimento de armas para qualquer um dos lados na guerra civil que assola a Síria desde 2011 só piorará a situação. “Para aqueles que fornecem armas para ambos os lados, nós precisamos perguntar: o que essas armas alcançaram, mais derramamento de sangue?”. E prosseguiu: “A lógica militar nos deu um país à beira da destruição total, uma região em caos e uma ameaça global. Por que acrescentar mais lenha na fogueira?”, disse ele.

As declarações de Ban ocorrem no dia em que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU se reúnem, em Nova York, para discutir a questão síria. A Grã-Bretanha já anunciou que vai apresentar ao colegiado uma proposta de resolução que autoriza os países membros a “adotar as medidas necessárias para proteger os civis na Síria”. Além disso, o texto condena os ataques químicos que mataram centenas na semana passada. Na prática, a resolução que o premiê David Cameron tenta aprovar autoriza uma intervenção militar contra o regime do ditador Bashar Assad. Na terça-feira, autoridades dos EUA afirmaram que as forças do país estão prontas para agir na Síria. A expectativa é que os EUA liderem uma espécie de ataque punitivo de curta duração, pelo ar, sem o envolvimento duradouro na guerra civil do país.

Cameron e o presidente americano, Barack Obama, que conversaram na terça-feira por telefone, “não têm nenhuma dúvida sobre a responsabilidade do regime de Assad em um ataque químico”, destacou o escritório do premiê nesta quarta-feira. “Os responsáveis por este uso espantoso de armas químicas na Síria não deixam espaço para dúvidas: é o regime sírio”, afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden, para quem “aqueles que utilizam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefensos devem prestar contas”. O governo dos Estados Unidos pretende divulgar esta semana parte de um relatório dos serviços de inteligência que aponta a responsabilidade do regime sírio no ataque de 21 de agosto.

O governo russo, aliado de Assad, advertiu nesta quarta-feira que qualquer debate sobre a Síria no Conselho de Segurança deve aguardar a conclusão do trabalho dos inspetores da ONU.

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Ataque – Também nesta quarta, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe a Damasco, Lakhdar Brahimi, afirmou que nenhuma ação militar no país pode ser unilateral – e que precisa do aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “O direito internacional é claro em relação a isto e diz que uma ação militar deve ser empreendida depois de uma decisão do Conselho de Segurança”, disse Brahimi em uma coletiva de imprensa, ao se referir sobre uma possível ação militar dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais na Síria.

Brahimi, que há um ano é o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, admitiu que agora é incapaz de assegurar se haverá uma conferência de paz, chamada Genebra 2, para tentar solucionar a guerra civil no país árabe.

O enviado, que desde o princípio do mês trabalha com sua equipe em Genebra para encontrar uma solução política ao conflito sírio, reconheceu que há “um antes” e “um depois” do ataque do dia 21 de agosto contra civis nos arredores de Damasco.

Durante a coletiva, Brahimi reconheceu que houve o uso de uma substância no ataque. Sem especificar se ele obteve essa informação das equipes da ONU que estão inspecionando o local do ataque, e sem apontar o governo de Assad como o responsável pelo massacre, Brahimi disse que a “substância” causou a morte de “300, 600, talvez 1.000 ou mais pessoas” – uma ação que ele classificou de “horrenda” e “inaceitável”.

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