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Sarkozy comparece a audiência sobre o ‘caso Bettencourt’

Ex-presidente francês é acusado de financiamento ilegal em campanha de 2007

Por Da Redação
22 nov 2012, 08h06

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy chegou na manhã desta quinta-feira ao Palácio de Justiça de Bordeaux, no sudoeste da França, para responder às acusações de financiamento ilegal em sua campanha presidencial de 2007. Sarkozy pode ser indiciado por “abuso de fragilidade” em caso referente à herdeira da gigante mundial dos cosméticos L’Oréal, Liliane Bettencourt, de 90 anos.

Entenda o caso

  1. • Liliane Bettencourt, 89 anos, é a maior acionista do império de cosméticos L’Oreal e a mulher mais rica da França, com uma fortuna estimada em 16 bilhões de euros.
  2. • O escândalo explodiu em 2009, quando a partir de uma briga familiar entre ela e a filha, que a acusava de dilapidar a fortuna, vieram à tona mais de 20h de gravações de conversas de Liliane com assessores.
  3. • Os diálogos mencionavam fraude fiscal, interferência do governo e vínculos com o então ministro de Orçamento, Eric Woerth, tesoureiro de Sarkozy na campanha presidencial de 2007.
  4. • Woerth é acusado de ter recebido milhares de euros em espécie, o que constituiria financiamento ilegal de um partido político.


Liliane se viu envolvida em 2010 em uma investigação sobre evasão fiscal e lavagem de dinheiro, em meio a disputas familiares com sua filha. O caso provocou constrangimentos para o governo de Nicolas Sarkozy, por causa das acusações, feitas por uma ex-contadora de Bettencourt, de que a bilionária e seu falecido marido teriam feito doações ilegais para políticos conservadores.

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Em julho deste ano, agentes da polícia francesa revistaram a casa e o escritório de Sarkozy em busca de provas contra ele no processo sobre financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007. O ex-presidente, que perdeu sua imunidade judicial em 15 de junho, nega ter cometido qualquer crime.

Revista – Os investigadores tentavam descobrir se o dinheiro das contas de Sarkozy em bancos suíços foi usado para financiar ilicitamente a campanha eleitoral. Em um dos episódios mais controversos apurados, o ex-gestor da fortuna de Liliane, Patrice de Maistre, realizou saques em dinheiro de ao menos 800.000 euros nos meses anteriores à vitória de Sarkozy.

À ocasião, Maistre tinha relações com o tesoureiro do partido UMP – da qual Sarkozy fazia parte na época -, o ex-ministro do Trabalho Eric Woerth. Em um documento redigido no dia 22 de março, antes da prisão de Maistre, o juiz que preside o inquérito mencionou saques em dinheiro vivo de 400.000 euros.

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O primeiro deles foi no dia 5 de fevereiro de 2007, “dois dias antes” de um encontro entre Patrice de Maistre e Eric Woerth, então tesoureiro da campanha de Sarkozy. Segundo a ex-contadora dos Bettencourt, Claire Thibout, Patrice de Maistre nunca escondeu que queria dar dinheiro a Woerth. Outro saque de 400.000 euros foi efetuado no dia 26 de abril de 2007.

Tutela – Em novembro de 2011, a Justiça francesa decidiu manter Liliane sob tutela judicial de sua filha e seus netos. O Tribunal de Apelação de Versalhes examinou as modalidades da proteção judicial e decidiu não suspender a decisão anterior, pela qual o neto mais velho, Jean-Victor Meyers, passou a se encarregar da tutela pessoal, enquanto os dois outros netos e sua filha, Françoise Bettencourt-Meyers, cuidam de sua fortuna.

A divisão da família explodiu em 2009, quando sua filha a acusou de dilapidar uma grande parte do patrimônio em favor do fotógrafo e escritor François-Marie Banier, amigo íntimo da herdeira, e afirmou que a mãe não estava na plenitude de suas faculdades mentais.

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(Com agência France-Presse)

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