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Saiba os livros que Bin Laden tinha em sua biblioteca

Arquivos divulgados pela CIA mostram que o terrorista tinha gosto eclético que ia desde obras esquerdistas a livros sobre controle mental. Ele tinha especial apreço pela França

Por Da Redação
21 Maio 2015, 11h12

A divulgação de títulos da biblioteca e de documentos pessoais de Osama bin Laden permite olhar para a gestão de uma multinacional jihadista de um homem obsessivo em matar ‘infiéis’, mas também de um francófilo com pretensões de erudito, um fã da pseudociência e um marido apaixonado. A desclassificação (retirada da classificação como “documento secreto”) pela Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês) de mais de uma centena de documentos encontrados pelas forças de elite americana da Navy Seal na guarida de Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão, revela as muitas facetas de um terrorista que, sobretudo, dispunha de muito tempo.

Entre seus 40 livros em inglês estavam dois títulos do linguista e referência da esquerda Noam Chomsky e “Obama’s War”, do jornalista Bob Woodward, famoso por ter revelado, junto com seu colega Carl Bernstein, o escândalo de Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, em 1974. O terrorista também tinha em sua biblioteca tomos sobre conspirações, como “Bloodlines of the Illuminati”, e livros com teorias sobre programas de manipulação mental da CIA. Havia ainda na biblioteca pessoal de Bin Laden, títulos sobre o domínio geopolítico americano, sobre teoria das relações internacionais, história de guerras e direito internacional.

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O chefe da Al Qaeda, escondido ali desde 2006, teve tempo de amealhar uma grande coleção de obras de referência, incluindo uma rara edição do ensaio de Charles R. Haines do século XIX sobre o cristianismo e o islã na Espanha entre 756 e 1031. Mas a maior paixão de Bin Laden parece que foram os estudos de história política e econômica francesa, sobre os quais acumulou mais de vinte publicações e documentos. Até agora se desconhecia o afã francófilo do terrorista mais procurado da história, mas o saudita acumulava tratados sobre água, gestão de resíduos radioativos, censos territoriais e desigualdade social na França.

Os Navy Seals encontraram até um formulário necessário para enviar artigos à publicação acadêmica “French Culture, Politics, and Society Journal”, embora não se saiba se Bin Laden pretendia expor seu interesse sobre a história da França com a comunidade acadêmica.

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Gestão terrorista – Mas o que aparentemente ocupava mais tempo de Bin Laden era o dia a dia da Al Qaeda; o financiamento, as alianças internacionais, o recrutamento e os ataques contra interesses americanos. Em um grande número de mensagens, Bin Laden fala de seu medo dos ataques com drones, de os Estados Unidos espionarem as comunicações por e-mail e a dificuldade de bater o mais moderno exército do mundo, e previa “uma longa batalha” com táticas terroristas e bombas suicidas.

Entre os documentos mais interessantes extraídos da moradia clandestina de Bin Laden se destaca um pedido cheio de formalidades para recrutar jihadistas e terroristas suicidas. Para se somar à Al Qaeda era necessário preencher um formulário com letras “claras e legíveis”, incluir o endereço, quanto tempo pretendia estar “na terra da jihad” e se desejava “executar uma operação suicida”. Por essa razão, não é raro que a última pergunta do formulário de ingresso fosse: “A quem deseja que contatemos caso se converta em mártir?”.

(Da redação)

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