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Rússia adverte EUA sobre possível intervenção na Síria

Moscou manifesta 'profunda preocupação' sobre disposição americana de intervir contra o regime de Assad, como indicou secretário de Defesa dos EUA

Por Da Redação
26 ago 2013, 04h46

A Rússia expressou nesta segunda-feira sua “profunda preocupação” com as declarações oficiais do governo dos Estados Unidos sobre a disposição das Forças Armadas americanas de intervir na Síria, informou a chancelaria russa. Sexta-feira passada, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, afirmou que, a pedido do presidente Barack Obama, o Pentágono preparou um leque de alternativas para o caso do presidente decidir lançar uma ação militar contra Damasco.

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Entenda o caso

  1. • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
  3. • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
  4. • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.

A crise síria voltou à ordem do dia da comunidade diplomática internacional após fortes indícios do massacre de civis em um ataque químico na periferia de Damasco na semana passada. O assunto foi abordado nesta segunda em conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e secretário de Estado americano, John Kerry.

Segundo relatos da imprensa russa, Lavrov advertiu os EUA de que uma intervenção armada na Síria teria consequências “extremamente graves” na região do Oriente Médio. Em nota, o governo russo ressaltou que “causam perplexidade as declarações de alguns altos cargos americanos acerca de que estaria demonstrada a responsabilidade das autoridades sírias no suposto ataque químico nos arredores de Damasco” – no qual, atesta a organização Médico Sem Fronteiras, morreram 355 pessoas por inalação de gás tóxico; segundo a oposição síria, teriam morrido mais de mil.

“A parte russa pediu para se abster de políticas de pressão militar em relação a Damasco, a não cair em provocações e a criar condições normais para que a missão de especialistas em química da ONU possa realizar sua investigação de maneira exaustiva e imparcial”, acrescenta o comunicado da Chancelaria russa, que sustenta a versão de que o ataque foi praticado por forças rebeldes, como defende o regime do ditador Bashar Assad.

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“Tudo isso adquire atualidade especial à luz das várias provas de que o incidente em Guta Oriental (a área onde aconteceu o suposto ataque químico) foi uma montagem da oposição intransigente para culpar o governo de Damasco por tudo”.

ONU – Neste domingo, a Síria finalmente decidiu permitir que inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) analisem os locais no subúrbio de Damasco que teriam sido alvos dos ataques com armas químicas.

A Grã-Bretanha afirmou que as provas do ataque pderiam já ter sido destruídas antes da visita de inspetores. “Nós temos que ser realistas sobre o que a equipe da ONU pode conseguir”, disse a repórteres o ministro de Relações Exteriores William Hague. “O fato é que boa parte das evidências pode ter sido destruída por um bombardeio de artilharia. Outras provas podem ter se degradado ao longo dos últimos dias e outras ainda podem ter sido adulteradas”, disse Hague, referindo-se aos relatos de ativistas de oposição de que o Exército sírio bombardeou a área nos últimos dias.

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Oficialmente, os Estados Unidos ainda buscam provas definitivas sobre o ataque, mas a Casa Branca declarou neste domingo que restam “poucas dúvidas” sobre a autoria do ataque e o uso de armamento químico – e a responsabilidade recairia sobre as forças leais a Assad, indica o governo Obama.

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Coalizão – Com o cenário cada vez mais possível de uma intervenção armanda, a Turquia declarou nesta segunda que deve se unir contra a Síria em uma possível coalizão. “Nós sempre priorizamos agir juntos com a comunidade internacional, com as decisões da ONU. Mas se uma decisão como esta não emergir do Conselho de Segurança da entidade, outras alternativas… poderão entrar na agenda”, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, segundo o jornal Milliyet.

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Já a França, que cobrou uma reação com força caso os ataques sejam comprovados, declarou que nenhuma decisão neste aspecto foi tomada pelo país e que todas as opções estão abertas.

(Com agências EFE e Reuters)

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