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EUA: 11 países do G20 apoiam ‘reação firme’ à crise síria

Em documento divulgado pela Casa Branca, coalizão condena uso de armas químicas pelo regime sírio. Rússia nega que maioria apoie intervenção

Por Da Redação
6 set 2013, 12h33

Ao fim da reunião de cúpula do G20, realizada em São Petersburgo, na Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que, por causa da “paralisia” do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, uma resposta contra o regime do ditador sírio Bashar Assad é necessária e não deve partir da organização – deixando claro que ela terá de ser tomada unilateralmente. Além disso, um documento divulgado pela Casa Branca também ao final do encontro mostra que onze países presentes ao G20 pediram uma “resposta internacional firme” à crise síria.

O documento é assinado, além dos Estados Unidos, por Austrália, Canadá, França, Itália, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Espanha, Turquia e Grã-Bretanha. O Brasil não assina o documento. Os onze países condenam o ataque com armas químicas realizado em 21 de agosto na periferia de Damasco. A ação, atribuída ao regime de Assad, deixou mais de 1.400 mortos, segundo os EUA.

“Se estivermos falando sério em apoiar o fim do uso de armas químicas, então é necessário uma resposta internacional. Mas esta não vai vir do Conselho de Segurança por causa da sua paralisia nesta questão”, disse Obama em entrevista coletiva ao final da reunião. O presidente afirmou que teve um encontro bilateral com Putin durante a cúpula e que, embora a conversa tenha “sido produtiva”, eles não chegaram a um acordo.

Putin confirmou que teve uma conversa “construtiva, significativa e cordial” com Obama, mas destacou que eles têm opiniões diferentes. “Ele não concorda com os meus argumentos, e eu não concordo com os dele”, disse. O presidente russo negou que a maioria dos países apoia uma ação militar na Síria. Segundo ele, apenas Estados Unidos, Turquia, Canadá, Arábia Saudita e França são favoráveis à intervenção.

Putin acrescentou que a chanceler alemã, Angela Merkel, continua “cautelosa” e que, apesar de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, apoiar o ataque, isso não representa a “vontade do povo”, já que o Parlamento rejeitou a intervenção. Para o presidente russo, qualquer intervenção sem aval da ONU seria “ilegal”.

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Escolhas – Para o presidente americano, contudo, o uso de armas químicas pelo regime sírio abre caminho para uma ação internacional. “Pessoas foram mortas com gás. Isso não é uma coisa que inventamos. Algo que estamos usando como desculpa para uma intervenção. Eu fui eleito para acabar com guerras, não para começá-las. (…) Mas há momentos em que temos que fazer escolhas difíceis para defendermos aquilo que acreditamos. E esse é um desses momentos”, disse Obama, que falou sobre o caso de Ruanda, em 1994, em que quase 1 milhão de pessoas foram massacradas em meio à total falta de ação das potências.

“É unânime que armas químicas foram usadas na Síria e é unânime que elas não devem ser usadas. A maioria do mundo está confortável com a nossa conclusão de que o governo de Assad foi responsável pelo uso (de armas químicas)”, disse Obama, que também anunciou que na próxima terça-feira vai falar diretamente ao povo americano sobre a crise síria e a possível intervenção no país.

Congresso – Obama, no entanto, foi evasivo sobre o que pretende fazer caso o Congresso americano não aprove uma ação na Síria, e evitou responder diretamente duas perguntas sobre o tema. Na semana passada, mesmo sem ser obrigado a fazer isso, o presidente decidiu consultar o Congresso sobre a questão síria. Os deputados devem discutir o assunto a partir de segunda-feira.

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Na quinta-feira, o país já havia indicado que havia desistido de trabalhar por uma resolução do Conselho de Segurança que autorizasse uma ação militar na Síria. Na ocasião, a embaixadora do país na ONU, Samantha Power, disse, após mais uma reunião frustrada na organização, que o conselho era refém da Rússia. A posição americana não é nenhuma surpresa, já que desde o início da crise, em agosto, a Rússia e a China, que são aliadas de Assad, vêm bloqueando qualquer chance de aprovação de uma resolução e rechaçam qualquer discussão sobre uma eventual intervenção na Síria.

Agenda – Oficialmente, a crise síria não estava na pauta da reunião do G20 – a organização que reúne as vinte maiores economias do planeta. Mas diante da tensão crescente na região e a disposição de Obama de realizar uma intervenção limitada contra Assad, Putin, anfitrião do encontro, incluiu o tema na reunião.

Na quinta-feira à noite, após um jantar entre os líderes do G20, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que a divisão entre os EUA e seus apoiadores e a China e a Rússia ficou mais evidente. “Concluída agora a sessão, em que se confirmou a divisão sobre a Síria”, escreveu Letta no Twitter.

Snowden – Na mesma coletiva ao fim do G20, Obama disse que não discutiu com Putin a questão envolvendo Edward Snowden, o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) que conseguiu asilo temporário na Rússia. “O tema nunca surgiu na conversa”, disse Obama.

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