Republicanos dizem que rejeitarão indicação de Obama para juiz da Suprema Corte
Senadores insistem que apenas o próximo presidente dos EUA deve escolher o próximo jurista
Os senadores republicanos nos EUA estão unidos em torno do líder do partido no Senado, Mitch McConnell, para insistir que apenas o sucessor do presidente Barack Obama preencha a vaga na Suprema Corte aberta com a morte do juiz Antonin Scalia. Democratas, que tentam recuperar a maioria no Senado, acusam os republicanos de colocar a disputa eleitoral acima da responsabilidade constitucional.
Os republicanos reiteram que o próximo presidente, que sairá das eleições de novembro, deve escolher o próximo jurista. No entanto, democratas contra-argumentam que Obama é o presidente dos EUA até 20 de janeiro de 2017 e tem o direito constitucional de nomear o substituto de Scalia. “O presidente Obama insiste que ele irá nomear alguém para o tribunal. Ele certamente tem autoridade para fazer isso. Mas vamos ser claros: o candidato será rejeitado pelo Senado”, afirmou o senador republicano Pat Toomey, da Pensilvânia.
Obama disse que vai cumprir o seu dever constitucional e nomear um substituto no devido tempo. Seus aliados democratas deixaram claro que negar ao presidente uma nomeação seria um passo sem precedentes, que consagraria os republicanos como “os mais tendenciosos, obstrucionistas e irresponsáveis da história”. “Ao ignorar o seu mandato constitucional, o Senado iria sabotar o mais alto tribunal nos Estados Unidos”, disse o líder da minoria no Senado, Harry Reid, em um artigo de opinião divulgado nesta terça-feira pelo Washington Post.
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A morte de Scalia elevou as apostas na corrida presidencial e na batalha pelo controle do Senado, porque seu substituto vai determinar a inclinação ideológica da alta corte. Scalia era líder do bloco conservador. O tribunal está agora dividido: há quatro juízes de tendência liberal, e quatro de tendência conservadora. Com a inesperada morte de Scalia e a disposição dos republicanos de barrar qualquer indicação de Obama, o peso sobre a decisão que os eleitores terão de tomar nas eleições gerais de novembro fica ainda maior.
(Com Estadão Conteúdo)