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Relatório dos EUA aponta preocupação com terrorismo na Tríplice Fronteira

Texto fala em 'melhorias modestas' no combate ao terror na divisa entre Brasil, Argentina e Paraguai e cita influência do Irã

Por Da Redação
30 abr 2014, 17h59

A influência do Irã e as medidas de controle na Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai são as principais preocupações do governo americano em relação à segurança na América Latina, de acordo com um relatório sobre terrorismo divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Estado dos EUA.

Segundo o documento, que é divulgado anualmente, as autoridades americanas consideram que a região promoveu poucas melhorias para combater o terrorismo e para controlar a divisa. “Em 2013, os governos da América Latina promoveram melhorias modestas em suas habilidades de contraterrorismo e na segurança de suas fronteiras. Corrupção, instituições fracas, cooperação insuficiente entre agências, legislações inexistentes ou fracas e falta de recursos continuam a ser as causas principais para a ausência de progressos significativos em alguns países”.

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O documento também ressalta que “a influência do Irã no hemisfério Ocidental continua sendo uma preocupação”. No entanto, reconhece que, em razão das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra o país, “o Irã tem sido incapaz de expandir seus laços políticos e econômicos na América Latina”.

Em relação à Tríplice Fronteira, o documento destaca que a zona é motivo de preocupação porque “continua sendo um importante eixo regional para armas, narcóticos e tráfico de pessoas, falsificação, contrabando e lavagem de dinheiro, todos fontes potenciais de financiamento de organizações terroristas”. Segundo o relatório, não há células operacionais conhecidas da Al Qaeda ou do Hezbollah no hemisfério, “apesar de simpatizantes ideológicos na América do Sul e no Caribe continuarem a oferecer financiamento e apoio ideológico a estes e outros grupos terroristas”.

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Brasil – O capítulo dedicado ao Brasil cita projetos sobre terrorismo que aguardam análise no Congresso, como o que proíbe a concessão de vistos e prevê a expulsão de estrangeiros condenados ou acusados de atos terroristas em outro país e outro que atualiza o código penal para incluir orientações de sentença para crimes de terrorismo.

O Departamento de Estado ressalta a necessidade de melhorar a interação e a cooperação entre as agências de segurança no Brasil, particularmente no que se refere ao compartilhamento de informações. O documento destaca ainda que as agências brasileiras relacionadas a ações contraterrorismo contam com treinamento americano voltado para aumentar as habilidades investigativas e ajudar o governo brasileiro na prevenção de ataques durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Em relação à Argentina, o documento adverte que ainda há desafios a serem vencidos na segurança das fronteiras no norte e nordeste do país contra crimes transnacionais e pontua que a cooperação com os Estados Unidos no compartilhamento de informações é limitada. Sobre o Paraguai, o relatório destaca a mudança na Lei Nacional de Defesa que ampliou a autoridade do governo para deslocar tropas para combater ameaças internas. Por outro lado, destaca a ineficiência no controle de fronteiras, particularmente na área que tem como vizinhos o Brasil e a Argentina.

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Outros países – Em relação à Colômbia, o departamento pondera que, apesar das negociações de paz ao longo do ano passado, a maioria dos ataques terroristas na região foi cometida pelas Farc. As selvas na fronteira do país são mencionadas como um dos possíveis “santuários seguros para terroristas” na região.

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O relatório ainda mantém Cuba entre os “Estados que patrocinam o terrorismo” (junto com Irã, Sudão e Síria). Cuba integra a lista desde 1982, o que representa a imposição de sanções como a proibição da venda e exportação de armas, proibição de ajuda econômica e restrições às transações financeiras entre cidadãos.

No mesmo relatório, Washington continuou a classificar quatro grupos latino-americanos como “organizações terroristas”: os colombianos Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), ENS (Exército de Libertação Nacional) e AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia); e o peruano Sendero Luminoso.

Outras regiões – O relatório também afirma que a Síria se tornou um reduto de terroristas, apesar de a Al Qaeda estar enfraquecida. “A ameaça terrorista continuou evoluindo rapidamente em 2013, com um maior número de grupos no mundo – incluídos tanto os vinculados com a Al Qaeda como outras organizações – que significam uma ameaça para os Estados Unidos, seus aliados e nossos interesses”. No entanto, o relatório reconhece que a fragmentação e caos da guerra síria fez com que os grupos extremistas islâmicos estejam desunidos e em constante conflito, o que também frustrou as tentativas da Al Qaeda de governá-los e integrá-los em sua rede global terrorista.

Já na Espanha, o relatório aponta que o grupo ETA não conta com mais de cem membros, embora lembre que o grupo terrorista ainda não se dissolveu formalmente. O texto ressalta que cerca de 500 membros do ETA foram detidos desde 2007, sendo doze no ano passado, o que deixaria o grupo com cerca de 100 membros e outros 750 atualmente presos em centro espanhóis ou franceses.

(Com agências EFE e France-Presse)

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