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Reino Unido decide hoje seu futuro (e também o da União Europeia)

Especialistas vêm se empenhando para tentar antecipar algumas das consequências de uma eventual saída da UE, mas a maior parte das implicações ainda é imprevisível

Por Da Redação
23 jun 2016, 06h58

Nesta quinta-feira os britânicos irão às urnas para decidir o futuro do seu país. Os eleitores votarão no referendo que determinará a saída ou a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE). Independente do resultado, aguardado ansiosamente não só entre os britânicos, mas no mundo todo, o evento já é histórico. Uma eventual saída do Reino Unido da UE teria consequências políticas e econômicas devastadoras e imprevisíveis, podendo comprometer inclusive a viabilidade do bloco europeu.

O resultado do referendo também pode influenciar diretamente o futuro do primeiro-ministro David Cameron e do seu Partido Conservador. A consulta começou, na verdade, como uma promessa de campanha de Cameron, que usou a possibilidade da saída da UE para satisfazer pressões dentro do sua própria legenda e visando atrair os votos dos setores mais conservadores e nacionalistas britânicos. No entanto, o premiê apoia a permanência no bloco e vem fazendo uma exaustiva campanha pelo país, com eventos diários. Caso o resultado não seja o esperado por Cameron, sua carreira política à frente dos tories deve chegar ao fim. Ele deve renunciar levando a uma disputa interna no Partido Conservador para a nomeação de um sucessor. É possível que haja também campanhas para a convocação de novas eleições parlamentares para formar um novo governo.

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A saída – O processo de retirada da UE está previsto nos tratados da União Europeia. A popularmente chamada “cláusula de saída” (artigo 50) foi introduzida pelo Tratado de Lisboa, assinado pelo bloco em 2009. Esta cláusula define as modalidades de uma retirada voluntária e unilateral, um direito que não precisa de justificativa. Uma vez tomada a decisão, Londres tem dois anos para negociar um acordo de saída com o Conselho da EU, o órgão Executivo do bloco, formado pelos chefes de Estado e de governo dos 28 países-membros e mais o presidente-executivo, atualmente o polonês Donald Tusk. A partir da entrada em vigor do acordo de saída, todos os tratados europeus e benefícios deixariam de ser aplicados ao Reino Unido.

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O impasse – Há muito em jogo nesse referendo. A economia e o sistema legal e administrativo do Reino Unido tornaram-se profundamente integrados ao continente europeu após 43 anos de “casamento” com a União Europeia. Com a saída do bloco, Londres provavelmente terá de alterar sua legislação nacional para substituir a multiplicidade de textos decorrentes da sua participação na UE e na área de serviços financeiros.

“É provável que isso leve um longo tempo, primeiro para negociar o nosso caminho de saída da UE, então nossos futuros acordos com a UE, e, finalmente, os nossos acordos comerciais com países fora da UE”, indicou o governo britânico em um estudo enviado ao Parlamento em fevereiro. Na avaliação, o governo britânico fala de “até uma década de incertezas” que pesarão sobre os mercados financeiros e sobre a libra.

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Um levantamento realizado por telefone pela empresa ComRes, conduzida para o jornal Daily Mail e a rede ITV, mostrou que a permanência tem apoio de 48% dos potenciais eleitores, contra 42% que defendem a saída do bloco. Quase ao mesmo tempo, outra pesquisa feita pelo YouGov para o jornal The Times também mostrou que a opção por continuar no bloco mantinha a liderança, embora estreita: 51% contra 49%. Em contraste, duas pesquisas divulgadas hoje mais cedo por institutos de opinião distintos apontaram uma vitória do Brexit (neologismo formado pelas palavras Britain exit, ou saída britânica). Diante da proximidade dos números e da indecisão de cerca de 10% do eleitorado, os resultados são imprevisíveis. Outro ponto que dificulta as previsões é o fato de a votação no referendo não ser obrigatória. Com isso, historicamente no Reino Unido muitos cidadãos inscritos para votar deixam de comparecer aos postos eleitorais.

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Muitos especialistas vêm se empenhando para tentar antecipar algumas das principais consequências de uma eventual saída britânica da UE, mas a maior parte das implicações ainda é imprevisível, já que essa é uma situação sem precedentes na história europeia. Confira a seguir algumas dessas previsões para o futuro político do Reino Unido e da União Europeia em caso de Brexit.

(Da redação)

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