Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Comitê eleitoral confirma aprovação da Constituição egípcia

Esta foi a primeira votação no Egito após o golpe que derrubou o presidente Mohammed Mursi e a Irmandade Muçulmana do poder, em julho do ano passado

Por Da Redação
18 jan 2014, 14h41

O comitê eleitoral egípcio informou neste sábado que 98,1% dos cidadãos que foram às urnas esta semana aprovaram o referendo que institui uma nova Constituição no país. A votação ocorreu nos dias 14 e 15 de janeiro.

Esta foi a primeira votação no Egito após o golpe que derrubou o presidente Mohammed Mursi e a Irmandade Muçulmana do poder, em julho do ano passado. Autoridades consideram o resultado do referendo fundamental para legitimar o governo militar interino e levar adiante seu plano de realizar eleições parlamentares e presidencial.

De acordo com as autoridades eleitorais, 38,6% dos mais de 53 milhões de eleitores do país participaram do referendo que durou dois dias e foi marcado por protestos e confrontos violentos.

Os partidários de Mursi boicotaram a votação e alegaram que os números apresentados são forjados. A Irmandade Muçulmana prometeu manter os protestos contra os militares.

Continua após a publicidade

A aprovação anunciada neste domingo abre caminho para uma candidatura do comandante das Forças Armadas, general Abdel Fattah al-Sisi, visto por apoiadores como um homem forte, capaz de restaurar a estabilidade em um país afundado em crises política e econômica há quase três anos. Estabilidade não alcançada desde a saída de Mursi, período em que muitos morreram em confrontos, milhares foram detidos e os atentados se multiplicaram.

Leia também:

Chefe do exército egípcio será candidato à Presidência ‘se o povo pedir’

Violência – No primeiro dia de votação, nove pessoas foram mortas em confrontos entre policiais e apoiadores da Irmandade Muçulmana, grupo radical islâmico que levou Mursi ao poder. Nesta quarta, houve mais protestos, inclusive perto do palácio presidencial, mas não houve registros de mortes. Segundo o Ministério do Interior, mais de 400 pessoas foram presas durante os dois dias de votação.

Continua após a publicidade

Boicote – A Irmandade Muçulmana, que não reconhece o governo interino, convocou um boicote à votação, que consideram parte do golpe contra o presidente eleito. Ao longo de oito décadas, os radicais acreditaram que seu sonho de um Estado governador pela sharia, a lei islâmica, se tornaria realidade. Quando a junta militar atendeu ao apelo da população e depôs Mursi, o sonho foi frustrado. E os protestos dos simpatizantes da Irmandade tornaram-se quase diários. Houve massacre de manifestantes, lideranças do grupo foram presas – assim como Mursi, preso no dia do golpe – e o governo declarou a Irmandade uma organização terrorista.

Durante o governo Mursi, uma Constituição foi aprovada em apenas um dia por uma assembleia dominada por radicais islâmicos depois que os parlamentares seculares se retiraram das sessões em protestos contra a supressão de artigos essenciais, como o que dava às mulheres os mesmos direitos dos homens. A Constituição foi referendada em votação com baixo comparecimento às urnas – apenas 33% do eleitorado. Este texto foi revogado no mesmo dia em que Mursi foi obrigado a deixar a Presidência.

O novo texto retira a linguagem islâmica incluída na carta anterior e reforça os órgãos do governo que derrotaram o ex-presidente: o Exército, a polícia e o Judiciário. O governo interino prometeu realizar eleições legislativas e presidencial depois da realização do referendo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.