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EUA: Quem tentou atacar a mãe com um martelo pode controlar a bomba atômica?

E, se Ben Carson apenas inventou essa e outras histórias de violência na juventude, isso o torna um candidato aceitável à presidência dos EUA?

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 21h21 - Publicado em 5 nov 2015, 21h55

A um ano das eleições presidenciais americanas, o neurocirurgião aposentado Ben Carson, de 64 anos, ganha destaque entre os pré-candidatos do Partido Republicano. Nas últimas semanas, Carson apareceu à frente do magnata Donald Trump nas pesquisas de opinião sobre as primárias republicanas.

De acordo com sua autobiografia “Gifted Hands” (Mãos Talentosas, em português), que virou filme com o ator Cuba Gooding Jr no papel do protagonista, Carson teve um comportamento agressivo na infância e adolescência, que ele mesmo descreve como “temperamento patológico” incontrolável, uma “doença que o tornava totalmente irracional”. Alguns dos episódios de extrema violência foram relatados pelo próprio republicano.

Ele conta, por exemplo, que esmurrou um colega de classe com um cadeado na mão até abrir um corte de 8 centímetros na testa da vítima e, em outra situação, quebrou o nariz de um garoto ao arremessar um tijolo em sua direção. Carson confessa ainda que atacou a própria mãe com um martelo durante uma discussão sobre sua roupa e só não a atingiu porque foi impedido pelo irmão mais velho, Curtis. Ainda adolescente, tentou esfaquear um amigo com tanta força que, por sorte, a lâmina da faca quebrou ao atingir a fivela do cinto do menino.

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Mas aos 14 anos o garoto violento teve uma epifania no banheiro da casa da família. Enquanto chorava e rezava pedindo a Deus para ser mais calmo, o adolescente abriu a Bíblia em uma página aleatória e encontrou uma passagem sobre a importância de manter os nervos sob controle. “Senhor, apesar do que dizem os especialistas, o Senhor pode me mudar. O Senhor pode me libertar para sempre dessa personalidade destrutiva”, teria dito Carson, segundo o livro.

A partir daí, Carson passou a se dedicar aos estudos e conseguiu ser admitido na Universidade de Yale. Aos 33 anos, tornou-se o mais jovem médico a chefiar um departamento do prestigiado hospital americano Johns Hopkins, assumindo o cargo de diretor da neurocirurgia pediátrica – vaga que ocupou até se aposentar, em 2013.

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Nesta bela história de redenção, repetida à exaustão pelo candidato na campanha eleitoral, uma peça não se encaixa: amigos, ex-colegas de escola e vizinhos de Carson na época da infância e adolescência, entrevistados pela rede CNN, disseram não se lembrar de nenhum momento de raiva e violência do jovem Ben. Todos confessaram ter ficado surpresos com os casos agressivos relatados por Carson. Gerald Ware, um colega de classe na Southwestern High School, disse à CNN que ficou “chocado” ao ler sobre a violência no livro de Carson. “Eu não sei nada sobre isso. Acho que a escola inteira saberia”, afirmou Ware.

O ex-vizinho Steve Choice, que conviveu com Carson durante toda a adolescência, disse que o episódio em que ele corre atrás da mãe para agredi-la com um martelo é “particularmente difícil de acreditar”, uma vez que Ben e Curtis tinham muito respeito pela mãe. “Eu nunca o vi nem retrucando a mãe, nem nada parecido. É realmente muito difícil de acreditar”

Curtis, o irmão mais velho, não aceitou dar entrevista à CNN, e, segundo Carson, sua mãe Sonya sofre de Alzheimer. O pré-candidato se recusa a informar a identidade de suas vítimas e testemunhas das agressões por questões de privacidade.

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(Da redação)

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