Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Projeto de regulamentação da mídia recebe aprovação final na Grã-Bretanha

Associação que reúne editores britânicos não conseguiu barrar tramitação na Justiça

Por Da Redação
30 out 2013, 18h06

A coroa britânica concedeu na tarde desta quarta-feira o selo real para a controversa legislação que prevê a regulamentação da mídia, segundo informações publicadas pela BBC.

Na prática, isso significa a aprovação final do projeto, que prevê, entre outras coisas, o estabelecimento de um órgão regulador formado por até oito pessoas para fiscalizar a imprensa do país e com poder de criar regras e aplicar multas de até 1 milhão de libras (cerca de 3,7 milhões de reais) para os veículos que as infrinjam. O temor entre as empresas de mídia é que o novo órgão enfraqueça a liberdade de expressão no país.

Leia também:

Suprema Corte da Argentina declara que Lei de Mídia é constitucional

O caminho para aprovação real da nova legislação começou a ser pavimentado ainda nesta quarta-feira, quando uma corte britânica recusou a concessão de um mandado de segurança para uma associação de editores britânicos, que fez uma tentativa de último minuto para atrasar a tramitação da legislação. Entre os jornais representados pela associação estão o Daily Mail, o The Mirror e o The Times.

Continua após a publicidade

O objetivo do mandado de segurança era garantir mais tempo para que o governo pudesse analisar novamente um projeto alternativo, mais brando, apresentado pelas empresas de comunicação do país em abril, que previa a participação de membros das empresas no novo órgão regulatório. No momento, a imprensa britânica é fiscalizada por um conselho autorregulador, formado por membros de jornais e revistas da Grã-Bretanha.

Após a Justiça recusar o pedido, as empresas representadas pela Press Standards Board of Finance, que controla o atual órgão autorregulador, afirmaram estar “decepcionadas” com a decisão.

“Estamos profundamente decepcionados com essa decisão, que nega para a indústria de jornais e revistas o direito de apresentar sua posição de que rejeição do seu plano foi injusta e ilegal”, disse a associação em um comunicado conjunto.

Leia mais:

Ex-editores de Murdoch supervisionavam grampos telefônicos

“Esse é um assunto constitucional de importância vital”. No mesmo comunicado, a Press Standards anunciou que pretendia entrar com um recurso em outro tribunal ainda nesta quarta-feira. Horas depois, o recurso foi recusado pelo Tribunal de Apelação do país.

Segundo a nova legislação, os membros do novo órgão regulador serão escolhidos de maneira independente – nenhum deles pode fazer parte da imprensa ou do meio político. No entanto, o parlamento pode vir a alterar a legislação se houver aprovação de dois terços do parlamento do país. Para as empresas de mídia, essa regra pode vir a instigar o desejo dos políticos de controlar a imprensa. No projeto alternativo apresentado pelas empresas, que acabou recusado, mudanças só poderiam ser feitas com a aprovação da indústria.

A ideia de criar um órgão regulador começou a surgir em 2011, motivada pelo escândalo que terminou com o fechamento do tabloide News of the World, propriedade do empresário Rupert Murdoch. A publicação foi acusada de invadir a vida privada de pessoas comuns e celebridades com grampos clandestinos, o que lhe rendeu diversas manchetes escandalosas e furos bombásticos. O caso, segundo a avaliação de membros do governo, mostrou que o órgão regulador controlado pela indústria não funcionava, o que levou a criação da nova legislação. Em março, o projeto foi aprovado no parlamento com o apoio dos três principais partidos do país e desde então esperava a concessão do selo real.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.