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Primeiro processo por crime de guerra na Síria é aberto na Alemanha

O alemão Aria Ladjedvardi, mulçumano de origem iraniana, posou ao lado de cabeças cortadas de vítimas do terror em viagem à Síria

Por Da Redação
3 Maio 2016, 15h56

O julgamento de um alemão acusado de crime de guerra na Síria foi aberto nesta terça-feira, em Frankfurt, no primeiro processo do tipo na Alemanha. Aria Ladjedvardi, de 21 anos, mulçumano de origem iraniana, compareceu ante a câmara criminal da corte de apelações da cidade, onde será julgado até 14 de junho por cometer um crime de guerra. Ele é acusado de ter posado, junto a outros dois homens, ao lado de cabeças cortadas de pessoas na Síria em 2014 e de ter publicado essas fotos no Facebook. A procuradoria federal alemã considera que os três homens queriam ridicularizar as vítimas, as quais consideravam infiéis, e humilhá-las mesmo depois de sua morte.

Ladjedvardi afirmou ao tribunal que “não queria estar” nas fotos e que ele “nunca poderia imaginar que elas circulariam nas redes sociais”. Segundo seu relato, um menino da aldeia da província de Idleb (noroeste), onde se encontrava, alertou que havia duas cabeças cortadas no pátio de um colégio. Formou-se então um tumulto e muitas pessoas começaram a tirar fotos no cenário macabro. A identidade das vítimas não foi revelada. Ladjevardi disse que, como era o único estrangeiro, se sentiu compelido a posar também. “Estava em uma zona de guerra. Fiz o que a situação exigia”, argumentou.

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Síria – O cidadão alemão foi detido em Frankfurt em outubro de 2015, depois de terem sido feitas buscas no apartamento onde vivia, e ficou preso preventivamente enquanto aguardava o julgamento. De acordo com as autoridades da Alemanha, Ladjedvardi entrou na Síria em 2014 com a intenção de integrar grupos de extremistas islâmicos, o que ele negou nesta terça-feira. O jovem afirmou que estava no país para ajudar as vítimas do regime de Assad.

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O acusado disse ainda que o esporte e a religião o ajudaram a se recuperar de uma juventude difícil, marcada pelo consumo de maconha e álcool, durante a qual cometeu delitos menores. Então, através do Facebook, contatou um conhecido que estava na Síria e que o ajudou a fazer a viagem. Ele admitiu que recebeu treinamento militar e aprendeu a manipular armas no país, mas assegurou não pertencer a qualquer organização jihadista.

A procuradoria alemã está investigando atualmente dez casos envolvendo crimes de guerra relacionados com a Síria e o Iraque, além de 30 casos contra ex-jihadistas suspeitos de pertencer a grupos terroristas. O julgamento de Aria Ladjedvardi é o primeiro caso deste tipo na Alemanha.

(Da redação)

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