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Ditador renuncia e deixa o poder em Burkina Faso

Blaise Compaore não resistiu aos novos protestos nesta sexta e abandonou o palácio presidencial. Chefe do Estado-Maior assume país interinamente

Por Da Redação
31 out 2014, 11h47

O ditador do Burkina Faso, Blaise Compaore, renunciou ao cargo nesta sexta-feira e afirmou que eleições para um novo líder serão realizadas em 90 dias. Não está claro quem vai assumir o poder imediatamente, mas a declaração de Compaore se refere a um artigo da Constituição de acordo com o qual o primeiro-ministro deve estar no comando. “Declaro que o poder fica vacante para permitir a organização de eleições justas e democráticas em 90 dias”, afirmou Compaoré em comunicado lido em rede de televisão, após os maciços protestos de cidadãos e da oposição, que exigiram hoje sua renúncia. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Honoré Nabere Traoré, assumiu nesta sexta-feira a presidência interina de Burkina Faso. Traoré, citado pela imprensa local, garantiu que ocupará o vazio de poder deixado no país após a saída de Compaore com o objetivo de realizar eleições o mais breve possível.

Segundo testemunhas, Compaore abandonou o Palácio de Kosyam e viaja em um comboio acompanhado por militares em direção a Pô, cidade situada a cerca de 175 quilômetros ao sul da capital e muito próximo à fronteira com Gana. O coronel do Regime de Segurança Presidencial, Issaac Zida, foi o primeiro a anunciar a renúncia do presidente para as dezenas de milhares de pessoas que pediam sua saída do poder na Praça da Nação de Ouagadogou, capital do país. Sem revelar o paradeiro de Compaore, Zida disse que ele se encontrava em um lugar seguro, segundo declarações divulgadas pelo portal de notícias Burkina 24. “O poder pertence ao povo e é ele que decidirá as ações a seguir'” disse o coronel, que garantiu que todo o exército está ao lado dos cidadãos.

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Manifestantes se reuniram em Uagadugu, capital do Burkina Faso, nesta sexta-feira, um dia depois de suas manifestações violentas levarem Compaore, no poder há 27 anos, a concordar em abandonar o cargo no próximo ano, após o período de transição. Os manifestantes invadiram o Parlamento na quinta-feira para evitar que os parlamentares votassem para permitir que Compaore conseguisse mais um mandato.

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Em resposta, foi declarado estado de emergência, os militares anunciaram a dissolução do Parlamento e prometeram um governo interino que inclua todas as partes. Compaore afirmou que iria liderar o governo de transição até as eleições do próximo ano e, em seguida, abandonaria o poder. Apesar da declaração do presidente, os manifestantes se reuniram novamente nesta sexta de manhã no, mas poucas forças de segurança podiam ser vistas. Na quinta-feira eles saquearam e incendiaram o Parlamento, atacaram gabinetes de ministros e saquearam lojas.

Os EUA elogiaram o anúncio de Compaore realizado na quinta-feira, de que haveria uma transição democrática, mas as imagens de violência no país alarmaram muitos na comunidade internacional. O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a África Ocidental viajou para o Burkina Faso nesta sexta-feira. Segundo os jornais locais, pelo menos 100 pessoas já morreram nos confrontos entre os manifestantes e as forças que defendem o regime. O líderes da oposição afirmam, porém, que o número de mortos é ainda maior.

(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)

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