Presidente da Nigéria dá prazo de 3 meses para o Exército acabar com o Boko Haram
Muhammadu Buhari estipulou o prazo na posse dos novos comandantes militares. Somente em julho, o grupo jihadista matou mais de 700 pessoas no país e em nações vizinhas
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, estipulou nesta quinta-feira aos novos chefes militares um prazo de três meses para derrotar o grupo jihadista Boko Haram, que só em julho assassinou mais de 700 pessoas na Nigéria e nos países vizinhos. “É necessário que se preparem e continuem se unindo para conseguir uma força conjunta coordenada que traga o esperado final dos insurgentes em menos de três meses”, afirmou Buhari durante um evento em Abuja, a capital, em que os novos chefes militares tomaram posse e juraram seus cargos.
“As atividades destes grupos e indivíduos equivocados provocaram a destruição indiscriminada de vidas e propriedades de nossos cidadãos, assim como a interrupção da vida socioeconômica de milhões de nigerianos”, acrescentou o Buhari. Desde que o novo presidente tomou posse, em 29 de maio, ele prometeu intensificar a luta contra o grupo extremista Boko Haram, que qualificou de “irreligioso” e “descerebrado”, e os jihadistas intensificaram sua campanha de terror.
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Só em julho, foram pelo menos 45 ataques que causaram 714 vítimas mortais, um terço de todas as mortes registradas em 2015, segundo dados das forças de segurança e dos serviços de emergência. Buhari também pediu aos novos comandantes que garantam o treinamento de todos os membros do Exército e que os dotem de equipamentos necessários antes de enviá-los ao combate, em referência às centenas de soldados que desertaram durante a luta contra o Boko Haram por falta de recursos. “Também devem assegurar que cumpram as leis e os padrões internacionais durante o exercício de suas tarefas”, insistiu o presidente nigeriano.
Recentemente, a Anistia Internacional (AI) denunciou em um relatório a morte de 8.000 pessoas pelo Exército nigeriano durante a luta contra o Boko Haram no nordeste do país, o que qualificou de crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade. Desde fevereiro uma força multinacional combate o Boko Haram no nordeste da Nigéria e na fronteira com Chade, Camarões e Níger, uma ofensiva que durante meses conseguiu grandes avanços contra o grupo jihadista, mas que agora parece estagnada pela maior mobilidade dos extremistas.
(Da redação)