Polícia prende três envolvidos com caso de estupro e enforcamento na Índia
Um dos acusados é um policial que não investigou o caso após a família das vítimas denunciar o sequestro. Pelo menos um estuprador está foragido
Três homens foram presos na Índia acusados de envolvimento com o estupro coletivo de duas primas de 14 e 16 anos no vilarejo de Katra Sadatganj, localizado no estado de Uttar Pradesh, ao norte do país. Dois dos suspeitos são investigados por participarem do sequestro e abuso das meninas, enquanto o terceiro é um policial que se negou a apurar o caso após a família das vítimas denunciar o sequestro das garotas em uma delegacia local. Outros três policiais foram afastados de suas funções devido à inação perante o crime.
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As investigações iniciais apontam que três irmãos foram os responsáveis pelo rapto e estupro das vítimas. Um dos suspeitos ainda não foi localizado pela polícia. De acordo com a rede CNN, testemunhas presenciaram o sequestro das garotas, mas nada puderam fazer para impedir os criminosos. Após serem abusadas sexualmente, as jovens foram enforcadas nos galhos de uma mangueira. A indignação da população com as atrocidades culminou em um protesto no local da árvore em que os corpos estavam pendurados. A polícia levou cerca de 15 horas para acalmar os manifestantes e encaminhar os corpos para a autópsia.
Conforme os costumes hindus, os corpos das vítimas foram cremados em uma cerimônia fúnebre realizada na quarta-feira à noite. O jornal The Times of India pontuou que o estupro das meninas pode estar ligado à ineficiência das autoridades de Uttar Pradesh em controlar a taxa criminal do estado. Segundo o periódico, a complacência das forças policiais com a criminalidade levou a região para “uma ausência medieval de leis”. “As leis só funcionarão quando acabarem com a violência endêmica e intrínseca contra as mulheres”, ressaltou Divya Iyer, pesquisadora da ONG Anistia Internacional em Bangalore.
Eleito primeiro-ministro do país nas eleições deste mês, Narendra Modi afirmou que adotará todas as medidas necessárias para garantir a segurança das indianas, principalmente nas áreas rurais do país, onde um sistema de castas provoca perseguições e discriminações contra as mulheres. Grupos em prol dos direitos humanos, no entanto, se mostram desconfiados com relação ao real interesse do Estado em aprovar legislações que contribuam para diminuir a violência contra a mulher. “Ainda há muito a ser feito. Infelizmente, a ausência de uma liderança política está sendo sentida”, destacou Divya Iyer.