Retirada de acampamentos em Hong Kong tem 209 presos
Apesar das detenções, não houve confronto entre a polícia e os manifestantes
Um total de 209 pessoas foram detidas pela polícia de Hong Kong por terem se recusado a deixar os acampamentos de manifestantes pró-democracia. Autoridades do país concluíram nesta na quinta-feira, depois de doze horas, a retirada das barricadas dos estudantes que ocupavam há mais de dois meses o centro econômico da cidade. A remoção cumpria uma ordem da Suprema Corte de Hong Kong. Apesar das prisões, não houve confronto entre policiais e ativistas e a maioria das pessoas detidas foi liberada na madrugada desta sexta.
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O status de Hong Kong
Ex-colônia britânica, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial da China em 1997, ano em que o enclave foi devolvido. Pelo acordo entre britânicos e chineses, Hong Kong goza de um elevado grau de autonomia, liberdade de expressão e econômica. Também preserva elementos do sistema judicial ocidental. Essas condições devem ser mantidas pelo menos até 2047.
Líderes estudantis e parlamentares liberais estavam entre os manifestantes que decidiram desobedecer a ordem de sair dos acampamentos. Sem oferecer resistência violenta, os ativistas foram encaminhados, um a um, para viaturas policiais. Enquanto muitos agentes procediam com as detenções, outros se encarregavam de desmantelar todo o acampamento de protesto, ajudados por operários de limpeza e caminhões, onde foram colocados todos os pertences deixados pelos ativistas após a manifestação.
Último foco – Nesta sexta, Hong Kong amanheceu quase sem nenhum vestígio dos mais de dois meses de ocupação no distrito financeiro de Admiralty. Bloqueado nos últimos 75 dias, o trânsito de veículos foi reestabelecido na maior parte das ruas do centro. Um último foco de resistência, no entanto, permanece no distrito de Causeway Bay, onde um pequeno grupo de manifestantes ainda resiste. Fontes policiais disseram durante a madrugada de sexta que o desmantelamento deste acampamento será realizado nos próximos dias. Nas redes sociais, porém, estudantes prometem uma segunda onda de protestos contra a influência da China na política local.
Histórico – Há mais de dois meses, os manifestantes exigem a instauração do sufrágio universal para a eleição de 2017, que vai escolher o próximo chefe do Executivo da antiga colônia britânica, que foi devolvida à China em 1997. O atual governante de Hong Kong, C.Y. Leung, que considera os protestos ilegais, rejeitou os apelos por mais negociações sobre a reforma política e advertiu os manifestantes a não recorrerem para a violência quando o desmonte dos acampamentos começar.
(Com agência EFE)