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Peritos independentes apontam falhas em caso de estudantes desaparecidos

Grupo de especialistas argentinos não encontrou evidências que indicam que os estudantes foram incinerados em um lixão, como disse a polícia mexicana

Por Da Redação
9 fev 2015, 09h12

Peritos forenses argentinos manifestaram sérias dúvidas sobre uma investigação do governo mexicano sobre o sequestro e o assassinato de 43 estudantes de um curso de formação de professores no ano passado. O desaparecimento dos estudantes na noite de 26 de setembro, na cidade de Iguala, sudoeste do país, provocou protestos no México. As autoridades dizem que eles foram sequestrados por policiais corruptos que os entregaram a uma quadrilha de traficantes de drogas da região.

Em um documento publicado nesta segunda-feira no site do grupo mexicano de direitos humanos Tlachinollan, a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), que vem trabalhando de forma independente para identificar os restos mortais, detalhou suas primeiras conclusões e os inúmeros problemas no modo como o governo conduziu o caso. No mês passado, o procurador-geral Jesús Murillo disse não haver dúvida de que os estudantes foram assassinados e seus restos incinerados e jogados em um rio na cidade de Cocula, vizinha de Iguala. Até agora, os restos de apenas um aluno do grupo foram identificados.

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A EAAF, no entanto, informou no documento que não pôde confirmar a cadeia de manejo dos restos mortais desse aluno e criticou o governo por não ter isolado com segurança o lixão perto do rio onde os restos carbonizados foram encontrados. O documento também aponta falhas da Procuradoria-Geral por erros nas análises genéticas das amostras de familiares, necessárias para identificar os restos mortais.

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O texto observa que os restos humanos encontrados no lixão incluem dentes presos a uma prótese dental. No entanto, entrevistas da equipe com membros da família de todos os 43 alunos indicaram que nenhum deles tinha implantes dentários. A EAAF diz que a descoberta sugere fortemente que restos mortais pertencentes a outras vítimas estão no mesmo local.

“Neste momento, a EAAF não tem evidência científica que estabeleça que os restos humanos no aterro de Cocula correspondam aos dos estudantes”, disse o documento. “A investigação sobre os alunos desaparecidos não pode ser encerrada já que uma grande quantidade de provas ainda não foi processada”, concluiu o documento, observando que cerca de 80% da terra no lixão ainda terá de ser analisada, o que levará meses. Um porta-voz do escritório do procurador-geral disse que não tinha comentários a fazer sobre as conclusões da EAAF.

(Com agência Reuters)

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