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Pelas costas dos EUA, Karzai negociou secretamente com Talibãs

Presidente afegão tentou negociar acordo de paz com terroristas e irritou americanos. Obama põe em dúvida a permanência de tropas no Afeganistão

Por Da Redação
4 fev 2014, 07h29

O presidente afegão Hamid Karzai tem mantido contatos secretos com talibãs sobre um acordo de paz sem o envolvimento de seus aliados americanos e ocidentais, relata a edição desta terça-feira do jornal The New York Times (NYT). A ação, segundo o jornal, desgasta ainda mais as já tensas relações entre os Estados Unidos e o Afeganistão. Esse relacionamento secreto ajuda a explicar uma série de movimentos de Karzai que parecem destinados a antagonizar seus apoiadores americanos, disseram autoridades ocidentais e afegãs ouvidas pelo jornal.

Karzai continua a recusar-se a assinar um acordo de segurança de longo prazo com Washington negociado em outubro. Ele ainda tem irritado os americanos ao libertar talibãs da cadeia e, em mais de uma oportunidade, reclamou de supostos crimes de guerra cometidos pelos americanos, sobretudo quando se refere ao criticado programa de drones dos EUA – aviões não tripulados que fazem ataques em solo afegão sem o consentimento de Cabul.

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Autoridades ocidentais e afegãs, que falaram sob condição de anonimato devido à natureza sigilosa dos contatos de Karzai com os extremistas, disseram ao jornal que a aproximação foi aparentemente iniciada pelos Talibãs em novembro, em um momento de aprofundamento da desconfiança entre Cabul e seus aliados ocidentais. Segundo as fontes, Karzai vislumbrou uma oportunidade de conseguir o que os americanos não estavam dispostos ou eram incapazes de fazer, e chegar a uma solução para acabar com o conflito.

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Os contatos clandestinos com os talibãs, no entanto, deram poucos frutos, de acordo com as fontes ouvidas pelo NYT. Mas eles ajudaram a minar a confiança remanescente entre os EUA e Karzai, colocando em risco o acordo para a permanência de tropas americanas no país após a retirada das tropas da Otan, até o final de 2014. Nos EUA, o suporte do Congresso quanto às relações com o Afeganistão vem se deteriorando e os oficiais americanos dizem que não têm certeza se eles poderão manter a cooperação em segurança, mesmo mínima, com o governo de Karzai ou seu sucessor após próximas eleições, em abril.

E não está claro se os Talibãs tiveram realmente a intenção de conduzir seriamente as negociações ou se eles estavam tentando sabotar o acordo de segurança distraindo Karzai – disseram as fontes do jornal. Frustrado com a recusa de Karzai em assinar o acordo, o presidente Barack Obama convocou seus principais comandantes militares para uma reunião na Casa Branca na semana passada para reconsiderar o futuro da missão americana no Afeganistão.

Histórico – Após reuniões entre EUA e Afeganistão ao longo do ano passado, em outubro o acordo de longo prazo entre Washington e Cabul parecia depender de apenas algumas formalidades, sobretudo depois de uma visita do secretário de Estado John Kerry a Karzai, considerada muito positiva por ambos os lados. Os termos para a permanência de 15.000 soldados americanos até 2024, a ajuda logística, em treinamentos e, principalmente, financeira foram aprovados pelo Parlamento afegão em novembro. O acordo estava na dependência somente da assinatura de Karzai, que se recusou repetidamente a firmar o pacto, desconcertando os americanos e igualmente muitos afegãos.

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