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Parlamento britânico vota contra intervenção militar na Síria

Premiê avisa que acatará decisão, o que efetivamente deixa Grã-Bretanha fora de uma eventual ofensiva liderada pelos Estados Unidos

Por Da Redação
29 ago 2013, 20h08

Após um debate que se estendeu por toda a quinta-feira, o Parlamento britânico rejeitou uma possível intervenção militar da Grã-Bretanha na Síria. A votação foi apertada: 285 contra 272. Os Estados Unidos ainda podem decidir lançar uma ofensiva unilateral contra o regime do ditador Bashar Assad, mas a tarefa fica mais difícil sem o apoio britânico.

O que os parlamentares britânicos rejeitaram foi uma moção preliminar proposta pelo premiê David Cameron, que, se tivesse sido aprovada, funcionaria como uma autorização prévia para o uso da força, “se necessário”. Mesmo assim, ainda seria exigida uma segunda votação. No entanto, o fracasso em fazer avançar até mesmo uma votação em grande medida simbólica demonstrou a grande oposição aos planos do governo britânico de integrar qualquer plano de intervenção.

O primeiro-ministro David Cameron reconheceu a derrota e disse que vai respeitar a decisão. No fim da votação, os parlamentares pediram a Cameron uma garantia de que ele não usará nenhuma prerrogativa para agir sem o aval do Parlamento. O primeiro-ministro consentiu, dizendo que respeita a vontade dos políticos e que havia “entendido” o recado. “Está claro para mim que o Parlamento britânico, refletindo a opinião da população, não aprova uma intervenção do Exército britânico. Eu entendi e o governo agirá de acordo com esta decisão”, afirmou.

“Estamos sendo empurrados rápido demais para uma ação militar sem que o devido processo tenha sido seguido. O objetivo tem mais a ver com punição do que com proteção”, disse Ed Miliband, líder do opositor Partido Trabalhista. “Seria errado usar a força antes de as provas estarem diante de nós”.

Vale ressaltar que, tecnicamente, o premiê britânico não precisaria do apoio do Parlamento para realizar uma ação na Síria. Esse tipo de ação pode se desenvolver somente a partir de uma ordem do primeiro-ministro.

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O resultado demonstra que o “relacionamento especial” entre Washington e Londres, que desenvolveram uma aliança militar muito próxima, já não é tão especial. “Não apoiar os Estados Unidos seria muito prejudicial para a Grã-Bretanha, para nosso relacionamento com os EUA e para nosso posicionamento global”, disse ao jornal The Washington Post o ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão, Richard Kemp.

A Casa Branca, no entanto, afirmou que “continuará a consultar o governo britânico”, um de seus aliados mais próximos, mesmo depois do resultado da votação desta quinta. “A decisão do presidente Obama será baseada pelos interesses dos Estados Unidos. Ele acredita que há interesses fundamentais em jogo para os EUA e que países que violam normas internacionais relacionadas a armas químicas precisam ser responsabilizados”, disse a porta-voz Caitlin Hayden, indicando que a possibilidade de intervenção não está descartada.

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O Parlamento britânico interrompeu o recesso para realizar uma sessão extraordinária após o massacre perpetrado na periferia de Damasco, na semana passada. Os sinais de que as mortes foram causadas por forças ligadas ao governo, com uso de armas químicas, levaram Cameron a cobrar do Ocidente uma ação rápida, independentemente do Conselho de Segurança da ONU, onde o ditador Assad ainda conta com o apoio de China e Rússia. A Grã-Bretanha chegou a apresentar uma resolução ao Conselho para pedir uma intervenção, mas russos e chineses impediram a negociação.

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Na quarta-feira à noite, o presidente americano Barack Obama responsabilizou o regime do ditador Bashar Assad, mas disse que ainda não tinha tomado nenhuma decisão sobre qual resposta daria aos ataques. Os planos dos EUA consistem em realizar uma ação rápida por meio do lançamento de mísseis, sem um envolvimento direto de tropas e sem ter como objetivo forçar a queda de Assad. Navios de guerra já foram deslocados para a região.

(Com agência Reuters)

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