Paquistão realiza primeiras execuções após massacre
Dois homens condenados à morte foram executados. Um deles por atacar uma base do Exército e o outro por uma tentativa de homicídio contra o ex-presidente Musharraf
O Paquistão realizou nesta sexta-feira duas execuções, as primeiras desde 2008, ano em que uma suspensão à pena de morte entrou em vigor. A decisão de liberar as execuções para casos ligados ao terrorismo foi tomada pelo primeiro-ministro Narwaz Sharif depois do massacre em uma escola de Peshawar que deixou 132 alunos e nove professores mortos.
Um dos executados foi um homem condenado por um ataque ao quartel-general do Exército, em 2009. O outro foi condenado por uma tentativa de homicídio contra o ex-presidente Pervez Musharraf, informou a rede britânica BBC.
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A imprensa paquistanesa identificou os dois executados como Aqeel, conhecido como doutor Usman, e Arshad Mehmood. Usman foi preso durante a invasão à base militar de Rawalpindi e condenado à morte dois anos depois. Mehmood também foi condenado à morte por atentar contra a vida do ex-presidente na mesma cidade, no ano de 2003.
A suspensão à pena de morte valia apenas para civis – um soldado foi executado em 2012. Estima-se que existam 8.000 presos condenados à morte no Paquistão.
As Nações Unidas haviam feito um apelo para que o Paquistão não retomasse as execuções. “O Paquistão manteve uma suspensão da pena de morte desde 2008, e pedimos que o governo não sucumba aos chamados por vingança, porque as pessoas que têm o maior risco de serem executadas nos próximos dias foram condenadas por crimes diferentes, que podem não ter nada a ver com o massacre premeditado desta quarta-feira”, disse o porta-voz para direitos humanos Rupert Colville.