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Paquistão: Mortos pelo calor já passam de mil e necrotérios estão sem espaço

Calor coincidiu com o Ramadã, período sagrado do Islã. Apesar da liberação para beber água, lojas não vendem o produto e muitos muçulmanos jejuam do nascer ao pôr-do-sol

Por Da Redação
25 jun 2015, 08h21

A pior onda de calor em 35 anos a atingir a cidade de Karachi, no sul do Paquistão, já matou mais de mil pessoas, informaram as autoridades nesta quinta-feira. Lotados, os necrotérios começam a ficar sem espaço e hospitais públicos enfrentam dificuldades para lidar com a situação. A onda de calor na cidade de 20 milhões de habitantes, centro econômico do país, coincidiu com cortes nos fornecimento eletricidade, deixando muitos sem ventilador, água e energia, e com o início do mês sagrado do Ramadã, quando muitos muçulmanos não comem ou bebem durante o dia.

O Comitê Central do Ruet-e-Hilal de Karachi, o órgão religioso que determina as datas do Ramadã, emitiu ontem uma fatwa – um pronunciamento legal no Islã emitido por um especialista em lei religiosa – que permite a quebra do jejum devido às altas temperaturas. No entanto, algumas lojas seguiam se recusando a vender água durante o dia. Durante o Ramadã no Paquistão é ilegal beber ou comer em público do amanhecer ao pôr-do-sol.

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A chegada de um grande número de corpos nos necrotérios forçou os funcionários a acomodarem os mortos no chão, disse Anwar Kazmi, da organização de caridade Edhi Foundation. Os equipamentos de ar-condicionado no necrotério pararam de funcionar, prejudicando a preservação dos corpos que se decompõem mais rápido.

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Segundo Kazmi , o governo faz pouco caso da situação. “O governo não fez nada exceto culpar a K-electric pela situação”. A K-electric é a companhia de energia que abastece a cidade de Karachi. O ativista social, no entanto, elogiou o esforço dos profissionais de saúde. “Os médicos e funcionários dos hospitais públicos estão trabalhando sem parar, tratando uma infinidade de pacientes”, disse. De acordo com o jornal local Dawn, 40.000 pessoas foram tratadas nos hospitais de Karachi por causa do calor e centenas delas continuam hospitalizadas. A maioria das mortes é de pessoas com mais de 60 anos e de trabalhadores que desempenham suas tarefas ao ar livre.

A K-eletric informou que conexões ilegais estão sobrecarregando as linhas e a demanda aumentou devido ao forte calor. Ainda de acordo com a empresa, o governo deve mais de 1 bilhão de dólares (mais de 3,2 bilhões de reais) em contas atrasadas. Após a máxima de 45 graus no fim de semana, os termômetros baixaram nesta quinta para 36 graus, mas o clima permanece seco, disse um meteorologista do Departamento Meteorológico do Paquistão, Mohammed Farouk. As ondas de calor são frequentes no subcontinente indiano nos meses de maio e junho, que precedem a chegada das chuvas das monções.

(Da redação)

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