Papa Francisco envia carta a Cameron sobre Síria e pobres
Texto que pediu cessar fogo na Síria e atenção aos menos favorecidos foi resposta a comunicado sobre a programação da reunião do G8 a ser realizada nesta semana na Irlanda do Norte
A paz na Síria foi alguns dos temas abordados pelo papa Francisco em uma carta enviada ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, divulgada pelo Vaticano neste domingo. A missiva é uma resposta a outra enviada por Cameron ao pontífice, informando sobre a agenda de seu governo na reunião do G8 que será realizada na Inglaterra nos dias 17 e 18 de junho.
Para que o tema da reunião tenha um significado mais profundo, escreveu o Papa: “é necessário garantir que toda a atividade política e econômica internacional voltada para o homem permita a liberdade e a criatividade e sejam exercidas com senso de solidariedade e uma atenção particular aos pobres”.
O G8 abordará temas relacionados ao livre comércio internacional, ao fisco e à transparência dos governos e dos agentes econômicos.
Francisco propôs ao G8 uma ação coordenada para eliminar definitivamente a fome e garantir a segurança alimentar, além de garantir a proteção de mulheres e crianças da violência sexual em situações de conflito.
Síria – O papa também manifestou sua preocupação com a situação na Síria e pediu para a cúpula do G8 contribur para a implementação de um cessar-fogo imediato e duradouro. “A paz exige a renúncia a algumas exigências para construirmos juntos uma paz mais justa”, frisou.
O homem “não é um fator econômico a mais ou um bem descartável, e sim algo que tem uma natureza e dignidade que não podem ser reduzidas a simples cálculos econômicos”, escreveu.
“O objetivo da economia e da política é exatamente estar a serviço dos homens, a começar pelos mais pobres e frágeis, não importa onde estejam, inclusive no ventre da própria mãe”, enfatizou o Papa, acrescentando que “o dinheiro e os outros meios políticos e econômicos devem servir, e não governar”.
O fundamental, segundo o papa Francisco, é que o homem seja o centro de toda atividade política e econômica porque ele é “seu mais profundo recurso” e, ao mesmo tempo, “seu fim primordial” .
Desde o anúncio de sua escolha para ocupar o lugar de Bento XVI, no dia 13 de março, o papa Francisco tem insistido sistematicamente na necessidade de que a Igreja, os fiéis e os governos prestem mais atenção aos pobres.
(Com agência France-Presse)