Opositor pede a juíza: ‘seja corajosa e nos dê a liberdade’
Em audiência, Leopoldo López defende que posição da ONU seja seguida
Por Da Redação
15 out 2014, 18h04
O opositor venezuelano Leopoldo López desafiou a juíza responsável por seu caso a atender a uma exigência da ONU e libertá-lo. “”Sabemos que está submetida a muitas pressões, como todos os juízes venezuelanos que são provisórios e não têm estabilidade em seus cargos. Tem a oportunidade de ser a face da Justiça, mas também corre o risco de ser a face da injustiça. Seja corajosa, nos dê a liberdade”, afirmou, em audiência realizada esta semana.
O chefe do partido Vontade Popular referiu-se a uma resolução do Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias, ligado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que exigiu, na semana passada, a libertação imediata do oposicionista. “Esta não é uma simples ONG sediada em Genebra, não é o pronunciamento de um governo estrangeiro. Trata-se de um órgão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, do qual a Venezuela faz parte”, ressaltou o político, em declaração reproduzida pelo jornal El Nacional.
López está preso desde o dia 18 de fevereiro, acusado de incitar a violência e danos à propriedade, entre outros crimes. Se for condenado, pode pegar até 10 anos de prisão. Líder do partido opositor Vontade Popular, ele foi preso ao dar respaldo e voz aos estudantes que saíram para protestar pacificamente contra o governo nas ruas de Caracas e outras cidades. Em uma dessas idiossincrasias estapafúrdias só existentes em regimes totalitários, o opositor, um civil, foi levado a uma prisão militar, na qual ainda é mantido. (Continue lendo o texto)
López falou também em defesa de Christian Holdack, um dos estudantes que o Ministério Público responsabilizou por danos à sua sede durante uma manifestação realizada em 12 de fevereiro, quando teve início a onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro. O apelo do opositor, no entanto, deve encontrar ouvidos moucos. A magistrada Susana Barreiros desconversou durante a audiência, dizendo que o prazo para responder à ONU ainda não havia expirado. Mas a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz já deu o recado, ao afirmar que as “ingerências e recomendações” da ONU não têm efeito na Venezuela.
Além de López, também estão sendo julgados Holdack, Marco Coello, Demian Martin e Ángel González. Nesta terça-feira, a juíza negou um pedido de habeas corpus e determinou que Holdack, que sofre de enxaqueca severa, seguirá preso. Especialistas apontaram uma série de falhas no processo contra os quatro réus e ressaltaram a ausência de provas consistentes e que possam ligar os acusados aos crimes pelos quais foram denunciados.
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