A oposição síria se mantém nas negociações de paz monitoradas pela ONU, embora tenha adiado sua participação nas reuniões enquanto aguarda melhoras nos âmbitos humanitário e de segurança dentro do país, garantiu nesta quarta-feira um de seus porta-vozes, Monzer Makhous. Na terça-feira, as conversas de paz foram abaladas depois que ataques aéreos mataram cerca de 40 pessoas em um mercado lotado em território rebelde.
“Não estamos fora e nem boicotamos as negociações, só suspendemos, adiamos nossa participação. Continuamos aqui”, declarou o representante do bloco opositor formado para as conversas diplomáticas.
Makhous explicou que está sendo elaborada uma tática para fazer com que a comunidade internacional reaja e pressione o governo sírio a honrar com suas promessas de permitir o acesso de ajuda humanitária às áreas cercadas pelo exército e respeito à trégua em vigor.
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O porta-voz lembrou que durante a primeira rodada de negociações com o governo, em fevereiro, foi utilizada uma estratégia similar que resultou em avanços não só no terreno humanitário, mas com o acordo para a cessação das hostilidades.
A prova de que a oposição não está fora das negociações é que assessores do escritório do mediador da ONU foram hoje ao hotel onde seus representantes estão hospedados para manter reuniões de trabalho, confirmou Makhous.
Em uma apresentação à imprensa sobre a situação humanitária na Síria, líderes opositores apresentaram esta como “o Holocausto do século XXI”, após um saldo de mortos de entre 275 mil e 300 mil pessoas e cerca de 12 milhões de sírios forçados ao êxodo, segundo os dados coincidentes de distintas organizações humanitárias.
(Com EFE)