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ONU questiona prisão de 4 mil pessoas em operação no Quênia

Para agência da ONU, há suspeitas de que o governo queniano esteja se aproveitando da operação antiterrorista para prender refugiados somalis

Por Da Redação
8 abr 2014, 12h47

A polícia do Quênia deteve cerca de 4.000 pessoas somente na última semana em Nairóbi, uma operação antiterrorista que inquieta as Nações Unidas (ONU) por causa da possibilidade da maioria dos detidos serem refugiados somalis. “Estamos esperando ter acesso aos presos”, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Quênia, Emmanuel Nyabera. Depois de a agência da ONU ter demonstrado preocupação com a operação, considerada “discriminatória”, representantes do governo queniano e da Acnur decidiram abordar a situação em uma série de reuniões que se inicia nesta terça.

“Estamos preocupados com os detidos”, assegurou Nyabera, que suspeita que a polícia esteja efetuando uma “operação mista” vinculada à luta antiterrorista e a sua campanha para repatriar os refugiados somalis no país. A polícia queniana deu início à operação no último sábado em Eastleigh, o bairro somali de Nairóbi, após os últimos episódios de violência registrados em Nairóbi e em Mombaça, ambos atribuídos à milícia radical islâmica somali Al Shabab. Por causa dos atentados terroristas, que causaram doze vítimas desde o último dia 23 de março, o governo do Quênia ordenou a todos os refugiados somalis abandonar as zonas urbanas e retornar aos dois acampamentos habilitados para eles – no Norte e no Leste do país.

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Do total de detidos, cerca de 3.000 foram postos em liberdade após serem interrogados, enquanto cerca de 200 foram acusados de outros delitos, como posse de documentos falsos, segundo o inspetor geral da polícia, David Kimaiyo, citado pelo jornal local Nairobi News. A maior parte dos detidos permanece presa no estádio de futebol Kasarani, situado na capital queniana. Diante desta onda de detenções, a Acnur exigiu que “os solicitantes de asilo e os refugiados sejam protegidos contra a detenção e a detenção arbitrária”.

A agência também pediu para os organismos quenianos “cumprirem a lei para defender os direitos de todos os detidos, que devem ser tratados de maneira humana e não discriminatória”. A polícia, que até o momento não permitiu a entrada dos diretores da Acnur nos centros de detenção, esclareceu que não será realizada nenhuma repatriação até que os procedimentos policiais não forem concluídos. Segundo Kimaiyo, o estádio preparado para receber os presos “conta com estruturas de apoio, lugares para dormir e outras comodidades”.

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Dentro desta operação policial contra o terrorismo, dezoito escolas de Nairóbi também estão sob vigilância, já que, segundo as autoridades, esses grupos costumam atrair jovens estudantes. Dos mais de 550.000 refugiados somalis no Quênia, 50.000 vivem em Nairóbi, informou a Acnur.

Nos últimos dois anos, o Al Shabab cometeu vários ataques em Nairóbi, Mombaça e em cidades próximas à fronteira do Quênia com a Somália, em represália pela presença de tropas quenianas em seu país desde outubro de 2011.

(Com agência EFE)

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