Obama reafirma compromisso com fim de espionagem em conversa com Hollande
Os líderes conversaram nesta quarta-feira por telefone e, segundo a presidência francesa, o diálogo serviu para reexaminar os "princípios da relação entre aliados”
O presidente da França, François Hollande, conversou nesta quarta-feira por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a divulgação de documentos que mostram que ele e dois antecessores foram espionados pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês). Obama reiterou seu compromisso de acabar com as práticas de espionagem que “podem ter havido no passado e que são inaceitáveis entre aliados quanto se trata de vigilância”.
Segundo a versão da Presidência francesa, divulgada em comunicado, o diálogo entre os dois chefes de Estado serviu para reexaminar “os princípios que devem reger as relações entre aliados” sobre serviços secretos. O mal-estar diplomático entre as duas nações começou após a divulgação pela imprensa francesa de documentos vazados pelo Wikileaks que provavam que a NSA tinha grampeado, pelo menos entre 2006 e maio de 2012, os presidentes franceses nesse período: Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande.
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Após a publicação dos documentos, a Casa Branca informou que não estava espionando atualmente Hollande e que não o faria no futuro. O comunicado, no entanto, não negou que tenha havido espionagem no passado.
Hoje pela manhã o governo francês tinha qualificado de inaceitáveis as escutas aos três presidentes franceses e afirmou que não tolerará “nenhum ato que questione sua segurança e a proteção de seus interesses”. Para ilustrar publicamente essa irritação, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, convocou a embaixadora americana na França, Jane D. Hartley, para dar explicações sobre estas últimas informações de espionagem de líderes franceses. Fabius deve dar uma entrevista coletiva após o encontro com Hartley.
(Da redação)