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O sistema de mísseis por trás da derrubada do voo MH-17

Equipamento desenvolvido na antiga URSS, que dispara foguete supersônico, é o mais provável que derrubou o avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia

Por Jean-Philip Struck
Atualizado em 30 jul 2020, 21h53 - Publicado em 17 jul 2014, 23h59

As primeiras especulações sobre o que teria derrubado o voo MH-17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia já apontavam o emprego de um sofisticado sistema de mísseis. Por causa da altitude e velocidade da aeronave de passageiros, sistemas portáteis de foguetes, que podem ser colocados sobre o ombro de um combatente e que têm pouca autonomia, foram logo descartados. O mais provável, segundo apontou o ministério da Defesa da Ucrânia, é que tenha sido usado o sistema antiaéreo Buk, também conhecido como SA-11.

Desenvolvido na antiga União Soviética durante os anos 1970, o Buk é composto por três veículos. Dois deles transportam, cada um, quatro mísseis de cinco metros de comprimento. O terceiro conta com uma cabine de comando, radar e sistemas eletrônicos para detectar o alvo e calcular a trajetória. Ao longo das últimas décadas, o sistema foi sendo aperfeiçoado, ganhou várias versões e foi instalado em diferentes tipos de veículo.

Características

Mísseis supersônicos apoiados em veículos

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Velocidade dos mísseis: até 4.300 quilômetros por hora

Altitude máxima dos mísseis: 25.000 metros

Operadores: Rússia, Ucrânia, Egito, Geórgia, Coreia do Norte, Venezuela, Vietnã e Síria

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Determinar o tipo de arma que abateu um Boeing 777 será uma questão chave para apontar o responsável, enquanto os governos ucraniano e russo e os separatistas pró-Moscou trocam acusações.

Os Estados Unidos afirmaram que um sistema de radar captou um míssil terra-ar sendo acionado momentos antes da queda do avião. Um segundo radar registrou um sinal de calor no momento em que a aeronave foi atingida. Os americanos estão analisando a trajetória do míssil para determinar o local de lançamento.

Em entrevista à rede americana CNN, o diretor de Projeto de Defesa e Inteligência da Universidade de Harvard, o militar aposentado Kevin Ryan, disse que os mísseis disparados pelo Buk são “mais do que capazes” de derrubar um Boeing. As características do armamento mostram que o avião não tinha mesmo nenhuma chance de escapar.

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Um míssil do sistema chega facilmente a 4.300 quilômetros por hora, mais de 3 vezes a velocidade do som, e a 25.000 metros de altitude. Já o Boeing 777 voava a cerca de 900 quilômetros por hora e estava a 10.000 metros de altitude quando foi abatido. De acordo com a CNN, ainda que o sistema estivesse a 50 quilômetros de distância do avião, seus mísseis não demorariam mais do que 40 segundos para atingir o alvo. O equipamento é tão rápido que a tripulação do voo MH-17 não deve nem ter notado a ameaça até o momento do impacto. De fato, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak disse que nenhum aviso de emergência foi enviado.

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Os mísseis nem sequer precisam atingir o alvo, basta sua ogiva com 70 quilos de explosivos ser detonada nas proximidades para causar estragos numa aeronave. O equipamento também não precisa mais do que cinco minutos para ser ligado e já estar pronto para combate. Entre seus operadores estão a Rússia, a Ucrânia e outros países do antigo bloco soviético. O sistema também foi vendido para Egito, Venezuela, Coreia do Norte e Síria.

Tanta precisão e poder de fogo levanta a questão: os rebeldes seriam capazes de operar tal sistema? Para Kevin Ryan, um míssil desses só poder disparado por uma força militar profissional. “É necessário muito treinamento e muita coordenação para disparar um desses e atingir algo”, disse. “Esse não é o tipo de armamento disparado por garotos em uma garagem”.

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