Número de mortos pelo terror sobe mais de 60%
Estudo registra quase 18.000 vítimas de atentados terroristas no ano passado. Iraque foi o país com o maior número de mortos, seguido de Síria, Afeganistão, Paquistão e Nigéria
O número de mortos em ataques terroristas aumentou mais de 60% entre 2012 e 2013, chegando a quase 18.000 no ano passado, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira. O estudo aponta um cenário desolador para este ano, com a expectativa de um crescimento ainda maior do número de vítimas, devido a conflitos no Oriente Médio e na Nigéria.
Quatro grupos islâmicos que operam no Iraque, na Síria, no Afeganistão, no Paquistão e na Nigéria foram responsáveis por dois terços dos atentados do ano passado, afirmou o Instituto para Economia e Paz (IEP), dos Estados Unidos, responsável pelo Índice Global de Terrorismo.
Os grupos terroristas mais sanguinários são o Estado Islâmico, o Boko Haram, o Taliban paquistanês e afegão e as redes internacionais ligadas à Al Qaeda. Quase 15.000 mortes foram registradas em apenas cinco países: Iraque (o mais afetado, com 6.362 vítimas), Síria, Afeganistão, Paquistão e Nigéria. O estudo adverte, no entanto, que o problema tem uma dimensão mais ampla, com sessenta países tendo registrado mortes relacionadas ao terror em 2013.
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Os quatro grupos usam “ideologias religiosas baseadas em interpretações extremas” do Islã. “Para combater o aumento do extremismo religioso, teologias sunitas moderadas precisam ser cultivadas por forças que tenham credibilidade dentro do Islã. O contexto político atual ressalta a importância de países sunitas moderados e não influências externas liderarem tal resposta”, aponta o relatório.
O estudo indica ainda a influência de fatores sociais, políticos e geopolíticos no problema. “A ideologia política como motivação para o terrorismo é apenas parte e um fenômeno global. Embora predominante na África subsaariana, Oriente Médio e Norte da África, além do Sul da Ásia, no resto do mundo o terrorismo está mais frequentemente ligado a questões políticas ou movimentos nacionalistas e separatistas”.
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O documento destaca como principais fatores relacionados aos atentados hostilidades étnicas e religiosas, violência financiada pelo Estado, como violações aos direitos humanos, e altos níveis de criminalidade. E afirma que, desde os anos 1960, mais de 80% das organizações terroristas deixaram de operar devido ao policiamento ou à politização. Ações militares foram responsáveis pelo fim de apenas 7% dos grupos.
O levantamento leva em conta informações de 162 países sobre o número de ataques, de mortos, de feridos e de propriedades danificadas. E, apesar do aumento significativo de mortes, lembra que 40 vezes mais pessoas são vítimas de homicídios, segundo estudo da ONU.
(Com agência Reuters)