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NSA e britânicos espionaram primeiro-ministro de Israel

Documentos vazados por Edward Snowden mostram que Ehud Olmert e outros chefes de Estado estão entre os mais de 1.000 alvos interceptados

Por Da Redação
20 dez 2013, 13h25

A Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) e o Escritório de Comunicação do Governo britânico (GCHQ, na sigla em inglês) monitoraram conjuntamente mais de 1.000 alvos, entre eles um primeiro-ministro israelense, chefes de organizações internacionais, empresas de energia estrangeiras e um alto oficial da União Europeia (UE). É o que revela o site do jornal New York Times nesta sexta-feira, com base em documentos vazados pelo ex-analista Edward Snowden.

Embora os nomes de líderes políticos, como o da chanceler alemã Angela Merkel e o da presidente Dilma Rousseff, já tivessem emergido como alvos de espionagem, as novas revelações dão um panorama ainda mais completo da ação da NSA, que arregimentou dados em mais de 60 países e em colaboração com a GCHQ. Ambas as agências monitoraram as comunicações de altos funcionários da UE, chefes de Estado africanos, ministros estrangeiros, diretores da Organização das Nações Unidas (ONU), diretores de grandes empresas e do primeiro-ministro de Israel entre 2006 e 2009, Ehud Olmert.

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As interceptações dos e-mails de Olmert, feitas em janeiro de 2009, ocorreram enquanto ele estava lidando com as consequências da resposta militar de Israel aos ataques de foguetes vindos da Faixa de Gaza, em um momento particularmente tenso nas relações com os Estados Unidos. Os dois países entraram em desacordo sobre os preparativos de Israel para atacar o programa nuclear do Irã.

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Os documentos também relatam espionagem durante uma operação conjunta entre a Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês), a NSA e seu equivalente israelense, a Unidade 8200. As agências trabalhavam no design e no lançamento de uma onda de ataques cibernéticos contra uma grande instalação nuclear iraniana, numa operação chamada ‘Jogos Olímpicos’.

Os relatórios mostram que os espiões também monitoraram o tráfego de e-mail de várias autoridades israelenses, além do primeiro-ministro. Também em 2009, agentes da inteligência interceptaram o tráfego de e-mail do então ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. Os endereços de e-mails ministeriais de Israel foram acompanhados “durante anos”. Duas embaixadas israelenses também aparecem nas listas de alvos, apontam os relatórios.

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Também consta na lista de vigilância o vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquin Almunia, que, entre outros poderes, supervisionava questões antitruste na Europa. A comissão tem ampla autoridade sobre empresas locais e estrangeiras, e puniu uma série de empresas americanas, incluindo a Microsoft e a Intel, com multas pesadas por prejudicar a concorrência leal. Os relatórios informam que os espiões interceptaram comunicações de Almunia entre 2008 e 2009. Procurado pelo jornal, Almunia disse que estava “muito decepcionado” com a espionagem de aliados.

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Os detalhes do monitoramento são descritos em documentos da NSA e da GCHQ, com dados abrangendo o período de 2008 a 2011. Os relatórios são boletins técnicos produzidos pelos espiões, que captaram informações telefônicas e telemáticas (e-mails e mensagens de texto) de comunicações feitas no exterior. Dentre os mais de 1.000 alvos atingidos, também estão suspeitos de terrorismo, informa o jornal.

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Não está claro o total de dados que os agentes conseguiram reunir. Os documentos aos quais o jornal teve acesso contêm apenas fragmentos de transcrições de conversas e de mensagens, mas sempre com indicações de que havia informações adicionais, possivelmente armazenadas em um banco de dados das duas agências de inteligência.

Alguns dos dados revelados pelos relatórios confirmam justamente algumas práticas criticadas na quarta-feira por um comitê consultivo presidencial, incluindo a espionagem de líderes estrangeiros aliados. Procurada pelo New York Times, a NSA afirmou que estava revendo suas ações em relação aos países aliados. Já um porta-voz da GCHQ recusou-se a comentar sobre assuntos de inteligência que tocam a segurança nacional, mas disse que a agência “leva suas obrigações sob a lei muito a sério”.

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