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Neonazistas patrulham ruas para prevenir ataques de refugiados na Finlândia

“As pessoas brancas não vão deixar os muçulmanos destruir sua cultura. Se as coisas continuarem assim, a limpeza étnica será necessária", disse um dos integrantes do grupo

Por Da Redação
5 fev 2016, 09h37

Um grupo liderado por um movimento neonazista organiza patrulhas noturnas nas ruas da Finlândia para proteger a população, sobretudo as mulheres, de possíveis ataques de refugiados que buscam abrigo no país. De acordo com uma reportagem do jornal britânico Daily Mail, os chamados Soldados de Odin se organizaram após um influxo de imigrantes para o país escandinavo liberal.

“O governo estragou tudo e nós somos o resultado”, disse ao jornal um membro identificado apenas como Jani, de 27 anos, um dos líderes do grupo. “Os políticos estão permitindo que os imigrantes estuprem nossas mulheres e não estão fazendo nada sobre isso. Haverá uma guerra nas ruas e estamos prontos para lutar”, completou. Fundada em setembro pelo ex-presidiário Mika Ranta, que se define como neonazista, os Soldados de Odin mantêm uma página com mais de 26.000 curtidas e estão inspirando outros grupos anti-imigrantes em outros países da Europa. O nome do grupo faz referência à divindade da mitologia nórdica Odin, considerado um poderoso deus da guerra.

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Os integrantes do grupo, que falam abertamente em “limpeza étnica” e têm uma sede toda decorada com artefatos nazistas e propaganda da supremacia branca, afirmam que se mobilizaram após um aumento da criminalidade relacionada com a imigração nos últimos 12 meses. “As pessoas brancas não vão deixar os muçulmanos destruir sua cultura”, diz o também ex-detento Juha-Matti Kinnunen, de 27 anos. “Se as coisas continuarem assim, a limpeza étnica será necessária. Cristianismo e Islamismo têm estado em guerra por centenas de anos e não vão parar até que um lado prevaleça. Vamos lutar para defender nossa cultura, terras e povos”.

A Finlândia, que tem uma população de 5,5 milhões de pessoas, está enfrentando sua pior recessão em duas décadas e recebeu 32.000 imigrantes no ano passado, número dez vezes superior em reação ao ano de 2014. O país foi forçado a abrir 105 abrigos – até agosto, havia apenas três. Pacífico e seguro, o país tem uma das menores forças de segurança da Europa, com menos de 8.000 policiais e recentemente promoveu um corte no orçamento da segurança.

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Fracasso político – Na semana passada, o governo anunciou que vai seguir o exemplo da Suécia e deportar 20.000 imigrantes em aviões fretados. Mas muitos temem que a medida veio tarde demais. De acordo com Vidhya Ramalingam, especialista em violência no Instituto Alemão sobre Radicalização, o aumento dos Soldados de Odin é um reflexo do fracasso político. “As pessoas sentem que não podem controlar a mudança demográfica que está ocorrendo ao seu redor”, diz ela. “Eles sentem que os políticos estão em crise e se sentem inseguros, por isso estão começando a agir pelas próprias mãos”.

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Ostentar propaganda nazista é crime na Finlândia e o grupo de vigilantes neonazistas “causa muito mais problemas do que resolve”, disse o policial Seppo Korhonen. ” A polícia não precisa deles e os cidadãos não os querem”, completou. Korhonen, porém, lamentou o corte que o governo promoveu na segurança. “A maioria do grupo é composta de criminosos violentos, e se eles continuarem atuando, é provável que a situação exploda. O pessoal da polícia está no limite. A redução dos nossos recursos deve parar”.

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(Da redação)

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