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“Não estamos muito otimistas”, diz diretor ‘Charlie Hebdo’ sobre futuro da publicação

Cartunista Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, diz que o perigo terrorista ronda a Europa e que sua publicação é uma das únicas que satirizam a religião e suas instituições

Por Julia Braun
4 jul 2015, 16h13

O cartunista Laurent Sourisseau, mais conhecido como Riss, é o atual diretor do semanário francês Charlie Hebdo e falou neste sábado, em São Paulo, sobre a prática do humor depois do atentado que deixou mortos oito de seus colegas no começo de 2015. Riss participa do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e tratou do direito dos jornalistas de criticar a religião.

Para iniciar o painel, Riss trouxe um pouco da história da caricatura e da liberdade de imprensa na França, e contou como o Charlie Hebdo se inseriu nesse cenário. Defendeu as sátiras realizadas pelo semanário, e lembrou que seus temas não se restringem a religião, muito menos ao islamismo. “Pessoalmente, fiz matérias sobre processos jurídicos, e diversas reportagens ao redor do mundo, sobre questões sociais como a situação dos imigrantes ilegais que são enviados de volta às fronteiras de seus países”, contou.

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Riss confessou que não se sente otimista com o futuro do semanário. “É preciso manter a aparência, mas no fundo não estamos muito otimistas”, disse. Ao tratar dos ataques terroristas que preocupam a Europa, afirmou que não se pode prever qual será o próximo passo dos extremistas, e que eles não são dirigidos somente contra o Charlie Hebdo, mas contra toda a sociedade francesa.

Sobrevivente do atentado à redação do Charlie Hebdo em janeiro, Riss teve de ser hospitalizado, com um tiro no ombro. Após o ataque, se tornou o diretor da publicação, que afirma ser uma das únicas que ainda questionam e satirizam a religião e suas instituições. Quando perguntado sobre os limites do humor e da crítica, disse que existem barreiras jurídicas que limitam seu trabalho. No entanto, afirmou que tem suas próprias convicções sobre a ética do jornalismo: “Desenho tudo que eu seja capaz de explicar. O desenho deve carregar um sentido, carregar uma ideia e uma reflexão”.

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