Escócia: ‘não’ à separação tem vantagem nas pesquisas
Nas vésperas do plebiscito, consultas indicam que 52% dos escoceses são contrários à independência, ante 48% que apoiam a saída do Reino Unido
Às vésperas do plebiscito sobre a independência da Escócia, pesquisas mostram uma ligeira vantagem dos que apoiam a permanência do país no Reino Unido. Três levantamentos divulgados nesta terça-feira – dos institutos ICM, Opinium e Survation – apontam uma dianteira de quatro pontos dos partidários do “não” à separação. Excluídos os indecisos, as três consultas indicam um placar de 52% a 48 % para os favoráveis à união. As pesquisas também mostram que entre 8% a 14% dos 4,3 milhões de eleitores escoceses ainda não sabem qual opção escolher. A votação está marcada para esta quinta-feira.
Leia mais:
As celebridades contra e a favor da independência da Escócia
Para evitar separação, Londres promete mais recursos à Escócia
Rainha pede que eleitores escoceses pensem ‘cuidadosamente’
Com as sondagens indicando um resultado apertado no plebiscito, políticos e personalidades britânicos seguem em uma campanha desesperada para convencer os escoceses a evitar a separação do Reino Unido. Na tentativa de enfraquecer o discurso do líder nacionalista Alex Salmond, os governantes da Grã-Bretanha prometeram garantir à Escócia altos níveis de financiamento estatal além de conceder aos escoceses maior controle sobre suas finanças. Em um acordo mediado pelo ex-primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown, os líderes dos três principais partidos políticos da Grã-Bretanha disseram que vão manter a equação de financiamento que sustenta um maior nível de investimento público na fronteira norte.
Líderes britânicos concordam que, mesmo que a Escócia vote em manter a união de 307 anos, a estrutura do Reino Unido terá que mudar uma vez que a pressão para conceder mais poderes à Escócia vai implicar em demandas por um Estado menos centralizado por parte de eleitores na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.
David Cameron – Um dos políticos mais empenhados na campanha pelo “não” é David Cameron, que tenta evitar a todo o custo ficar marcado na história como o primeiro-ministro que perdeu a Escócia. Na segunda-feira, em sua última visita ao país antes do plebiscito, Cameron voltou a pedir que os escoceses permaneçam. Ciente de sua baixa popularidade na região, o premiê lembrou: “Se vocês não gostam de mim, eu não ficarei aqui para sempre. Se vocês não gostam deste governo, ele não vai durar para sempre. Mas se vocês deixarem o Reino Unido – isso será para sempre”. As palavras não emocionaram o líder da campanha pelo “sim”. O nacionalista Alex Salmond provocou dizendo que a próxima vez que Cameron visitar a Escócia será para negociar os termos do divórcio da união.
(Com agência Reuters)