Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ministro turco diz que maternidade é a ‘carreira’ das mulheres

Declaração de Mehmet Müezzinoglu foi muito criticada na Turquia, país que vem promovendo uma guinada religiosa islâmica em sua sociedade laica

Por Da Redação
2 jan 2015, 13h56

O ministro da Saúde da Turquia, Mehmet Müezzinoglu, declarou que a maternidade deveria ser a principal “carreira” das mulheres, relatam nesta sexta-feira os jornais locais. A declaração motivou críticas de diversos setores da sociedade turca. “As mães têm a carreira da maternidade, que ninguém mais pode ter no mundo. As mães não devem focar suas vidas em outra carreira diferente da maternidade”, disse o político em um hospital de Istambul, durante sua visita ao primeiro bebê nascido na Turquia em 2015.

Diversas organizações que defendem os direitos das mulheres criticaram as palavras do ministro. As entidades também afirmaram que repudiam a visão que que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), atualmente no governo, tem sobre o papel das mulheres na sociedade. O APK, partido islamita comandado pelo ex-premiê e atual presidente Recep Tayyip Erdogan, promoveu uma guinada religiosa moralista na Turquia, um país com o princípio da laicidade em sua Constituição.

Leia também

Justiça turca ordena prisão de clérigo adversário do governo

Continua após a publicidade

Criticado, presidente turco manda UE ‘cuidar de seus assuntos’

Presidente turco diz que igualdade de gênero vai ‘contra a natureza’

Muitas mulheres, como a popular escritora turca Elif Safak, também criticaram as palavras de Müezzinoglu nas redes sociais. “A maternidade não é uma ‘carreira’. As turcas devem decidir seus próprios caminhos na vida (e não os políticos homens)”, escreveu no Twitter a romancista.

Continua após a publicidade

O presidente islamita Erdogan pediu em repetidas ocasiões às mulheres turcas que tenham pelo menos três filhos, classificou o aborto como “assassinato” e criticou a prática das cesáreas ao considerá-las que “não são naturais”. Erdogan recebeu críticas recentemente ao definir o controle de natalidade como um ato de traição que prejudica a Turquia. “Realizam um ato de traição, que é o controle da natalidade, e com isso acabam provocando nossa extinção”, disse Erdogan durante um discurso em um casamento no final de dezembro.

Erdogan também declarou em novembro que a igualdade entre os sexos não é algo natural e defendeu que o papel reservado à mulher é o de mãe. “Não se pode colocar homens e mulheres em posições iguais, isso vai contra a natureza porque suas naturezas são distintas”, declarou o presidente islamita em um fórum internacional de Istambul dedicado aos direitos das mulheres.

(Com agência EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.