Macri reafirma soberania argentina sobre Ilhas Malvinas
Novo presidente defendeu o diálogo com o Reino Unido no dia em que a ocupação britânica no arquipélago completou 183 anos
O recém-empossado presidente argentino Mauricio Macri mostrou que, ao menos quando o assunto é a soberania sobre as Ilhas Maldivas, uma antiga obsessão dos argentinos, concorda com sua antecessora Cristina Kirchner. Neste domingo, o novo governante reafirmou a solicitação de soberania da Argentina sobre as Ilhas ao sul do Oceano Atlântico, no 183º aniversário da ocupação britânica do arquipélago.
Macri reiterou seu apelo por diálogo com o Reino Unido, que detém o poder sobre a ilha desde 1833. “A Argentina renova seu firme compromisso com a solução pacífica das controvérsias, o Direito Internacional e o multilateralismo”, declarou a Chancelaria argentina em um comunicado.
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O novo presidente disse ainda que a Argentina “convida o Reino Unido a retomar as negociações, visando a resolver – o mais rapidamente possível e de maneira justa e definitiva -a disputa de soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes”. O comunicado insiste em que a resolução do tema passará “pelo caminho do diálogo, da paz e da diplomacia, o que a comunidade internacional nos pede”
As Ilhas Malvinas – ou Falklands, como chamam os ingleses -, foram ocupadas em 3 de janeiro de 1833 por forças britânicas, que, segundo o governo de Macri “desalojaram a população e as autoridades argentinas ali estabelecidas legitimamente, substituindo-as por súditos da potência ocupante”, ressalta a nota.
“Hoje, passados 183 anos dessa ocupação ilegítima que ainda continua, o povo e o governo argentino reafirmam, mais uma vez, os imprescritíveis direitos de soberania” da Argentina, diz o governo.
Disputa – O desejo de tomar posse da Ilha provoca discussões acaloradas em Buenos Aires há várias décadas e provocou centenas de mortes em 1882, quando a ditadura militar argentina mobilizou suas tropas em um conflito bélico que ficou conhecido como Guerra das Malvinas.
Durante os três meses de batalhas até a rendição dos sul-americanos, morreram 649 soldados argentinos e 255 britânicos. O Reino Unido já declarou que não pretende negociar a soberania do arquipélago, fato que também desagradaria seus habitantes. Em 2013, quase todos os 3.000 moradores das Malvinas se manifestaram, em um referendo, a favor de continuar sob soberania britânica.
(com agência AFP)