Mais de cem manifestantes são presos em Hong Kong
Outras 20 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia
Mais de 100 pessoas foram presas e ao menos 20 ficaram feridas na madrugada desta quarta-feira em Hong Kong durante confrontos entre policiais e manifestantes pró-democracia.
A polícia utilizou gás e cassetetes para dispersar os manifestantes que ocupavam ruas do bairro de Mong Kok.
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Os confrontos se prolongaram durante 12 horas. A polícia afirma que pretende indiciar parte dos manifestantes por formação de quadrilha, agressão, posse de armas e desacato,
Entre os presos estão os líderes estudantis Joshua Wong e Lester Shum, segundo confirmaram representantes da Federação dos Estudantes de Hong Kong, uma das organizações que organizam os protestos através das redes sociais.
Joshua Wong, que figurou na capa da revista americana Time no início das manifestações, é o líder do movimento estudantil Scholarism, que reúne alunos do ensino médio. Lester Shum, por sua vez, é um dos secretários da Federação dos Estudantes de Hong Kong, organização que liderou as conversas com o governo durante os protestos.
Além das detenções, nove policiais tiveram que ser atendidos por ferimentos, enquanto o número de manifestantes que precisam de atendimento médico ainda é incerto.
Os enfrentamentos começaram depois que agentes e oficiais de justiça iniciaram uma operação para retirar as barricadas montadas pelos manifestantes em um trecho de uma rua do bairro de Mong Kok, obedecendo a uma ordem judicial. Uma vez que a rua foi esvaziada, os manifestantes se concentraram nas imediações, desobedecendo às ordens da polícia para que deixassem a área.
A tensão continuou enquanto centenas de policiais tentavam isolar a entrada de algumas ruas para evitar que os manifestantes expandissem suas barricadas. Munidos de guarda-chuvas, capacetes e escudos, os manifestantes tentaram erguer barricadas em novas ruas e interromperam o trânsito temporariamente em duas vias.
O tenso embate entre policiais e manifestantes em Hong Kong deve prosseguir nesta quarta-feira, já que o governo local anunciou que vai tentar dispersar outras aglomerações.
Uma das operações é considerada de alto risco e prevê o desmantelamento de um acampamento na Rua Nathan, onde centenas de barracas se estendem por mais de 500 metros.
Os protestos contra o governo local já duram dois meses. Os ativistas ocuparam as ruas no final de setembro para tentar reverter uma decisão do Congresso Nacional do Povo que restringe a candidatos apoiados por Pequim o cargo de chefe executivo de Hong Kong.
(Com agência EFE)