Lufthansa não informou transtornos psíquicos de copiloto a autoridades, diz jornal

Andreas Lubitz, que deliberadamente derrubou avião com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses, passou por tratamento contra depressão em 2009

Por Da Redação
5 abr 2015, 17h10

<p>Membro da equipe de resgate francesa inspeciona os destroços do Airbus A320 da Germanwings no local do acidente, nos Alpes franceses - 29/03/2015</p> — **1/25**
Membro da equipe de resgate francesa inspeciona os destroços do Airbus A320 da Germanwings no local do acidente, nos Alpes franceses - 29/03/2015
*(Gonzalo Fuentes/Reuters/Reuters)*

<p>O copiloto Andreas Lubitz</p> — **2/25**
O copiloto Andreas Lubitz
*(VEJA.com/Reprodução/Reprodução)*

<p>Andreas Lubitz fotografado em 2009 enquanto corria a meia maratona Airportrace em Hamburgo. O co-piloto é suspeito de ter derrubado deliberadamente avião Germanwings transportando 149 passageiros nos Alpes franceses</p> — **3/25**
Andreas Lubitz fotografado em 2009 enquanto corria a meia maratona Airportrace em Hamburgo. O co-piloto é suspeito de ter derrubado deliberadamente avião Germanwings transportando 149 passageiros nos Alpes franceses
*(Foto-Team-Mueller/Reuters/Reuters)*

<p>Caixa-preta do Airbus A320 da Germanwings</p> — **5/25**
Caixa-preta do Airbus A320 da Germanwings
*(BEA/Handout/Reuters/Reuters)*

<p>Investigadores franceses acham destroços do Airbus A320 </p> — **6/25**
Investigadores franceses acham destroços do Airbus A320
*(VEJA.com/Reuters/Reuters)*

<p>O presidente da França, François Hollande, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy, se reuniram no local da tragédia com o Airbus A320 da Germanwings, em Seynes-les-Alpes, na França</p> — **7/25**
O presidente da França, François Hollande, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy, se reuniram no local da tragédia com o Airbus A320 da Germanwings, em Seynes-les-Alpes, na França
*(Alberto Estévez/EFE/EFE)*

<p>Partes do Airbus A320 são encontradas nos Alpes franceses </p> — **8/25**
Partes do Airbus A320 são encontradas nos Alpes franceses
*(VEJA.com/Reuters/Reuters)*

<p>França retoma buscas pelos destroços do Airbus A320 da Germanwings que caiu nos Aples franceses </p> — **10/25**
França retoma buscas pelos destroços do Airbus A320 da Germanwings que caiu nos Aples franceses
*(Jean-Paul Pelissier/Reuters/Reuters)*

<p>Estudantes da ecola secundária Joseph-koening, se abraçam e prestam suas homenagem aos 16 colegas e aos dois professores que estavam a bordo no vôo para Dusseldorf</p> — **11/25**
Estudantes da ecola secundária Joseph-koening, se abraçam e prestam suas homenagem aos 16 colegas e aos dois professores que estavam a bordo no vôo para Dusseldorf
*(Ina Fassbender/Reuters/Reuters)*

<p>Jogadores e comissão técnica do Bayern prestaram nesta quarta-feira (25) uma homenagem às vítimas do acidente aéreo da companhia alemã Germanwings nos Alpes franceses</p> — **12/25**
Jogadores e comissão técnica do Bayern prestaram nesta quarta-feira (25) uma homenagem às vítimas do acidente aéreo da companhia alemã Germanwings nos Alpes franceses
*(Christof Stache/AFP/AFP)*

<p>Estudante coloca vela do lado de fora do colégio Josef-Koenig, em Haltern am See, na Alemanha. Grupo de dezesseis estudantes e dois professores do colégio estão entre os mortos na queda do avião da Germanwings</p> — **13/25**
Estudante coloca vela do lado de fora do colégio Josef-Koenig, em Haltern am See, na Alemanha. Grupo de dezesseis estudantes e dois professores do colégio estão entre os mortos na queda do avião da Germanwings
*(Kirsten Neumann/Reuters/Reuters)*

<p>Airbus A320 da companhia Germanwings, similar ao que caiu no sul da França</p> — **14/25**
Airbus A320 da companhia Germanwings, similar ao que caiu no sul da França
*(Sascha Dchuermann/AFP/AFP)*

<p>Local do acidente com o Airbus A320 da Germanwings</p> — **15/25**
Local do acidente com o Airbus A320 da Germanwings
*(aFP/Reprodução/Reprodução)*

<p>Familiares dos passageiros do Airbus A320 da Germanwings, no aeroporto El Prat, em Barcelona</p> — **16/25**
Familiares dos passageiros do Airbus A320 da Germanwings, no aeroporto El Prat, em Barcelona
*(Albert Gea/Reuters/Reuters)*

<p>Equipes de resgate do acidente com o Airbus A320 da companhia Germanwings</p> — **17/25**
Equipes de resgate do acidente com o Airbus A320 da companhia Germanwings
*(Jean-Paul Pelissier/Reuters/Reuters)*

<p>Familiar no aeroporto El Prat, na Espanha</p> — **18/25**
Familiar no aeroporto El Prat, na Espanha
*(VEJA.com/Reuters/Reuters)*

<p>Helicóptero sobrevoa local do acidente com o Airbus A320 da Germanwings</p> — **19/25**
Helicóptero sobrevoa local do acidente com o Airbus A320 da Germanwings
*(Jean-Paul Pelissier/Reuters/Reuters)*

<p>Em Digne-les-Bains, bombeiros se preparam para ir até o local da queda </p> — **20/25**
Em Digne-les-Bains, bombeiros se preparam para ir até o local da queda
*(Jean-Paul Pelissier/Reuters/Reuters)*

<p>Familiares das vítimas do acidente com o voo 4U9525, da companhia alemã Germanwings, chegam ao aeroporto de El Prat, em Barcelona (Espanha) </p> — **21/25**
Familiares das vítimas do acidente com o voo 4U9525, da companhia alemã Germanwings, chegam ao aeroporto de El Prat, em Barcelona (Espanha)
*(Gustau Nacarino/Reuters/Reuters)*

<p>Polícia Francesa e unidades de resgate se preparam para ir ao local do acidente com o Airbus A320 da companhia Germanwings </p> — **22/25**
Polícia Francesa e unidades de resgate se preparam para ir ao local do acidente com o Airbus A320 da companhia Germanwings
*(Jean-Paul Pelissier/Reuters/Reuters)*

<p>Parentes das vítimas do Airbus A320, chegam ao aeroporto El Prat, em Barcelona (Espanha) </p> — **23/25**
Parentes das vítimas do Airbus A320, chegam ao aeroporto El Prat, em Barcelona (Espanha)
*(Gustau Nacarino/Reuters/Reuters)*

<p>Helicóptero da Força Aérea Francesa e os serviços de segurança civis, chegam próximo ao local onde o Airbus A320 caiu, em Germanwings, nos Alpes Franceses </p> — **24/25**
Helicóptero da Força Aérea Francesa e os serviços de segurança civis, chegam próximo ao local onde o Airbus A320 caiu, em Germanwings, nos Alpes Franceses
*(Boris Horvat/AFP/AFP)*

<p>Familiares dos passageiros do Airbus A320 que caiu hoje no sul da França, chegam ao aeroporto de Barcelona, Espanha </p> — **25/25**
Familiares dos passageiros do Airbus A320 que caiu hoje no sul da França, chegam ao aeroporto de Barcelona, Espanha
*(Alejandro García/EFE/EFE)*

A companhia aérea alemã Lufthansa não informou às autoridades de tráfego aéreo sobre os transtornos psíquicos de Andreas Lubitz, o copiloto que provocou de forma deliberada a queda do Airbus de Germanwings com 150 pessoas a bordo. A informação é do jornal Die Welt, que se baseia em fontes do Departamento de Tráfego Aéreo (LBA) e nas atas médicas do copiloto, que em 2009 retomou sua formação na escola da Lufthansa após aparentemente ter superado uma depressão grave.

“Não é certo que o LBA estivesse informado da situação médica do caso L.”, declarou ao jornal uma fonte desse organismo. De acordo com essa versão, o LBA teve acesso às atas médicas do Aeromedical Center da Lufthansa somente em 27 de março, três dias depois da tragédia do voo 4U 9525 que tinha partido de Barcelona com destino a Düsseldorf.

O jornal lembra que a Lufthansa, proprietária da Germanwings, estava obrigada a comunicar casos graves, como uma depressão, em razão de uma legislação vigente desde 2013. A companhia aérea respondeu às revelações do jornal em um breve comunicado. Nele, afirmou que se ateve a suas obrigações de informar ao LBA e evitou entrar em detalhes sobre o caso de Lubitz por estar sujeita às investigações da Procuradoria local.

Continua após a publicidade

Desde 2009, momento em que retomou sua formação como piloto após um tratamento de vários meses contra a depressão, Lubitz passou por seis revisões, nas quais se certificou que estava apto para pilotar. Por sua parte, o jornal Bild informa que a maioria dos pilotos que sofre depressão oculta esse fato, fazendo referência a um relatório do diretor do departamento médico da Organização Civil Internacional da Aviação (ICAO, na sigla em inglês), Anthony Evans.

Esse estudo, de novembro de 2013, reflete a existência de sérios déficits no acompanhamento da saúde mental dos pilotos. Aproximadamente 60% dos pilotos que sofre algum tipo de depressão decidem voar sem comunicar a situação, segundo concluiu o estudo, baseado em 1.200 casos de profissionais do setor com esse diagnóstico.

Além disso, 15% deles decidem se tratar em segredo, com remédios que conseguem por seus próprios meios, e apenas 25% declara a seu empregador que realiza esses tratamentos. A procuradoria de Düsseldorf, que investiga o caso, revelou que Lubitz tinha recebido, antes de obter sua licença como piloto, tratamento por “tendências suicidas”.

Continua após a publicidade

Ao buscas realizadas em dois locais – a casa de Lubitz, em Düsseldorf, e na dos pais dele, na cidade de Montabaur, no oeste da Alemanha -, descobriu-se que o copiloto estava em tratamento e que tinha uma licença médica para o dia da catástrofe, que ocultou da Germanwings.

Segundo a investigação em curso, Lubitz tinha buscado na internet métodos para suicidar-se até a véspera da tragédia. Ao ficar sozinho, Lubitz acionou o piloto automático para iniciar a descida e posteriormente o modificou a fim de aumentar a velocidade até cair.

O Bild revela, além disso, que o copiloto tinha se registrado para fazer suas buscas na internet com o nome de usuário Skydevil, ou demônio do céu.

Continua após a publicidade

(Com agência EFE)