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Kerry chega a Israel para tentar negociar cessar-fogo

O secretário de Estado americano vai se encontrar com o premiê israelense e com o presidente palestino. ONU relata possíveis crimes de guerra de Israel

Por Da Redação
23 jul 2014, 08h11

O secretário de Estado americano John Kerry ignorou a proibição da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e viajou para Israel, desembarcando nesta quarta-feira no aeroporto de Tel Aviv, informa o jornal The New York Times. O objetivo do governo americano é tentar, mais uma vez, um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Kerry vai se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. No primeiro compromisso no Oriente Médio, ele se encontrou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em Jerusalém, e afirmou que o trabalho para costurar uma trégua já começou. “Sem dúvida demos alguns passos, mas ainda há muito a ser feito.” Apesar das palavras de Kerry, o otimismo para um acordo entre palestinos e israelenses é pequeno. Mesmo assim, os EUA querem pelo menos definir os limites de cada lado para aceitar um possível fim dos conflitos.

O secretário partiu do Cairo, no Egito, onde se reuniu nesta terça com o presidente do país, Abdel Fattah Sisi, e diplomatas da região. A viagem acontece um dia depois de a FAA impor uma restrição de 24 horas para voos de companhias aéreas americana com destino para Tel Aviv. Após a decisão da FAA, companhias aéreas europeias também anunciaram que não iriam voar para Israel por motivos de segurança.

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Horas depois do comunicado da FAA, o magnata e político americano Michael Bloomberg anunciou que iria voar para Tel Aviv para ser solidário com Israel. Em mensagem no Twitter, Bloomberg – ex-prefeito de Nova York – informa que tomou um avião da companhia israelense El Al “como prova de solidariedade aos israelenses e para mostrar que é seguro voar para Israel”. Bloomberg pediu à FAA que suspenda a proibição, considerando que ela concede ao Hamas uma “vitória não merecida” no conflito com Israel.

Preocupação da ONU – Israel pode ter cometido crimes de guerra ao matar civis e bombardear casas e hospitais durante suas duas semanas de ofensiva contra a Faixa de Gaza, disse a comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, nesta quarta-feira. Ao abrir um debate emergencial no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Pillay também condenou o disparo indiscriminado de foguetes e projéteis de morteiro por militantes palestinos contra Israel.

Citando casos de bombardeios aéreos e disparos de artilharia que atingiram casas e hospitais no enclave costeiro, ela disse: “Esses são apenas alguns exemplos nos quais parece haver uma forte possibilidade de que a lei humanitária internacional esteja sendo violada, de um modo que pode caracterizar crimes de guerra. Cada um desses incidentes tem de ser investigado de modo adequado e independente”, declarou Pillay, num de seus mais duros comentários sobre o conflito.

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Segundo a ONU, pelo menos 146 crianças e adolescentes palestinos morreram na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense contra os terroristas do Hamas. Segundo a Unicef, o órgão das Nações Unidas para a infância, 105 dessas vítimas (71%) tinham menos de 12 anos. A vítima mais jovem tinha 5 meses, e a mais velha, 17 anos. Todas morreram em consequência do lançamento de misseis ou morteiros disparados pela Força Aérea ou Marinha israelense.

As Nações Unidas, com sede em Genebra, convocaram uma sessão especial de um dia a pedido dos palestinos, do Egito e do Paquistão. Israel acusa o Conselho de Direitos Humanos da ONU de ser tendencioso e o boicotou durante vinte meses, tendo retomado sua cooperação em outubro. Seu principal aliado, os Estados Unidos, dizem que Israel é injustamente acusada sozinha.

Vítimas – O número de palestinos mortos na atual ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza chegou nesta quarta-feira a 651, a maioria deles civis, informou o porta-voz de Ministério da Saúde no território palestino, Ashraf al Qedra. O número de feridos chega a 4.050 após mais uma noite de intensos bombardeios israelenses sobre toda a Faixa de Gaza, um deles matando onze pessoas em um edifício no centro da Cidade de Gaza. Espera-se que esses números aumentem durante o dia de hoje, já que os combates e bombardeios não param e o trânsito de ambulâncias e carros para os hospitais é contínuo, sobretudo na cidade de Khan Yunes. Entre os israelenses, o número de baixas é de 29 vítimas militares e dois civis.

O Hamas costuma ameaçar as pessoas que tentam fugir dos locais dos bombardeios justamente para tentar fazer com que as imagens de vítimas civis choquem o mundo. Em pelo menos uma dessas oportunidades, a Força Aérea israelense suspendeu um ataque depois que dezenas de civis subiram em um prédio que seria bombardeado. Os civis estavam sendo usados como escudos-humanos para proteger instalações do Hamas. A Faixa de Gaza é uma área de 362 km² (menor que a Zona Sul de São Paulo ou do Rio), densamente povoada, onde vivem 1,8 milhão de pessoas em meio à miséria, submetidas ao comando do Hamas.

(Com agências France-Presse, Reuters e EFE)

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