Justiça inocenta presos acusados por homicídio de líder da oposição na Rússia
"Testes biológicos indicaram que os detidos não estiveram no carro usado pelo autor do crime", disse o advogado de um dos cinco acusados
A Justiça russa informou nesta quinta-feira que “provas periciais” obtidas no carro usado para assassinar o político opositor russo Boris Nemtsov em fevereiro deste ano inocentaram os cinco acusados. Os homens, todos do Cáucaso Norte, são os únicos presos até o momento na investigação sobre o caso e a Justiça russa não informou quando os cinco acusados serão libertados.
“Testes biológicos indicaram que os detidos não estiveram no carro usado pelo autor material do crime”, revelou Shamsudin Tsakaev, advogado do principal acusado pelo homicídio, o checheno Zaur Dadaev. O veículo foi localizado pouco depois de os disparos terem atingido as costas de Nemtsov, que passeava com a namorada no centro de Moscou, em uma área muito próxima ao Kremlin, sede do Executivo russo.
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As autoridades russas prorrogaram até o final de agosto as investigações sobre o assassinato do opositor, que averiguava a presença de tropas do país no conflito do leste da Ucrânia. Dadaev, ex-membro das forças especiais da Chechênia, admitiu inicialmente ser culpado pelo crime durante os interrogatórios. Depois, modificou o depoimento, garantiu que tem um álibi e denunciou que a polícia o forçou a confessar sob tortura. As autoridades russas também mantêm em prisão preventiva os irmãos Anzor e Shadid Gubashev, sem revelar qual foi a participação deles no crime, e outros dois suspeitos acusados de repassar informações e planejar o assassinato de Nemtsov.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou na época a rápida atuação das forças de segurança para deter os assassinos poucos dias depois do crime e se mostrou convencido de que o mentor da ação será encontrado pelas autoridades. Os familiares e correligionários de Nemtsov insistem que a morte do opositor teve motivação política e levantam suspeitas sobre o empenho dos investigadores em prender quem ordenou o assassinato.
(Com agência EFE)