Juiz proíbe ditador sudanês de deixar a África do Sul
Omar al-Bashir, que está no país para um encontro da União Africana, tem ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional
Um juiz sul-africano proibiu o ditador do Sudão, Omar al-Bashir, de deixar o país enquanto a Justiça não se posicionar sobre o pedido de detenção apresentado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Bashir está na África do Sul participando de uma cúpula da União Africana (UA), mas o TPI, acionado pela ONG Centro de Litigância do Sul da África, solicitou ao governo de Pretoria que o detivesse como parte dos processo iniciados contra ele em 2009 (por crimes de guerra e contra a humanidade) e em 2010 (por genocídio).
Aparentemente alheio à movimentação, Bashir, de 71 anos, posou para fotos neste domingo ao lado de outros chefes de estado presentes à reunião – e na primeira fila.
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O governo sudanês assegurou que o presidente voltará à capital Cartum “hoje ou amanhã”, após o encontro da União Africana, que está sendo realizado em Johannesburgo. O caso deve ser examinando na manhã desta segunda-feira.
Bashir – que assumiu o poder em 1989, depois de um golpe de estado, e foi reeleito em abril, com 94% dos votos, para um novo mandato de cinco anos – tem limitado consideravelmente seus descolamentos ao exterior desde 2009, preferindo viagens a países que não sejam membros do TPI.
O ditador, que certa vez deu guarida ao terrorista Osama Bin Laden, foi o primeiro chefe de Estado a ter um mandado de prisão decretado pela corte internacional. A acusação é referente ao genocídio em Darfur, no Sudão Ocidental, do qual ele foi mentor. Na ocasião, o Exército do Sudão e milícias árabes conduziram uma operação de limpeza étnica contra as tribos de etnia africana. Estima-se que 300.000 pessoas morreram e que 2,8 milhões tenham sido obrigadas a viver em campos de refugiados.
(Da redação com agência EFE)