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Juiz boliviano foge para o Brasil devido à ‘perseguição política’

Ele investigou caso de suposto complô para matar o presidente Evo Morales

Por Da Redação
7 jul 2010, 13h08

O juiz boliviano Luis Alberto Tapia Pachi, de 53 anos, fugiu para o Brasil na segunda-feira e pediu asilo em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com a Bolívia. O juiz foi responsável por investigar o caso de um suposto complô para matar o presidente Evo Morales em abril de 2009. Pachi alega ter sofrido ameaça de morte e estar sendo perseguido pelo governo, que o acusa de envolvimento com um grupo armado separatista. Sua ordem de prisão foi decretada a pedido do Ministério Público do país.

“Se for preso, ficarei na mesma prisão de bandidos que condenei”, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo na noite de terça-feira. Hospedado em local não revelado, Pachi afirmou que também tentará trazer ao Brasil o filho de 14 anos e a mulher, Érika Oroza Pachi, advogada, jornalista e integrante da Força Bolívia Nacionalista (FBN), partido de oposição do país vizinho. “Já tentaram matar minha mulher. Ela sofreu um atentado a tiros, mas felizmente saiu ilesa. Também tentaram sequestrar meu filho e chegaram a disparar contra minha residência.”

Pachi afirmou: “Peço asilo com base nos recursos a mim facultados pelo direito internacional, de modo a fazer-me respeitar como cidadão”. Ele acrescentou que a decisão de sair do país deve-se a “uma perseguição direta do governo”, que é parte interessada no processo relativo a pessoas que mantiveram contato com o grupo armado liderado pelo boliviano-croata Eduardo Rózsa, morto a tiros em abril de 2009. Junto com Rózsa morreram um irlandês e um croata-húngaro, todos acusados pelo governo de serem mercenários. Outros dois participantes do grupo estão detidos.

O caso da suposta conspiração ainda não foi concluído por causa da indefinição de jurisdição, segundo Pachi. Embora o governo alegue ter se tratado do desmonte de um atentado, opositores afirmam que tudo não passou de um caso de excesso da Polícia Nacional, que invadiu o quarto do Hotel Las Américas, em Santa Cruz, atirando e matando três cidadãos estrangeiros.

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“Afirmo que o julgamento tem que ocorrer em Santa Cruz de La Sierra, mas o governo quer o caso julgado em La Paz. Ficou clara a atuação criminosa da polícia boliviana. Os soldados fortemente armados entraram no quarto do hotel e mataram os três quando estavam dormindo. Não houve a mínima chance de defesa para as vítimas”, disse. Para o juiz, a versão de um complô contra Evo e uma sequência de atentados contra autoridades do Judiciário e do clero deram ao Executivo um pretexto para agir com mais rigor contra a oposição.

Pachi responde a processo por crime de “prevaricação e desobediência”, por opor-se à instrução superior de transferir o caso a La Paz. O ministro boliviano Sacha Llorenti afirmou que estão sendo realizados “os trâmites necessários com o Brasil” para obter o retorno do juiz . O Itamaraty ainda não se manifestou sobre o caso.

(Com agências France-Presse e Estado)

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