John Kerry viaja a Genebra para restaurar trégua na Síria e deter banho de sangue em Aleppo
Série de ataques recentes deixou mais de 250 civis mortos, incluindo 50 crianças
O secretário de Estado americano, John Kerry, se encontrou nesta segunda-feira, em Genebra, com o mediador das Nações Unidas (ONU) Staffan de Mistura para discutir a situação do conflito na Síria e formas de restabelecer o cessar-fogo no país. A trégua em território sírio havia sido decidida em fevereiro, mas foi rompida pelo governo de Bashar al-Assad, que lançou uma ofensiva contra a cidade rebelde de Aleppo em 22 de abril. Até agora, esses ataques já deixaram mais de 250 civis mortos, incluindo 50 crianças. Kerry se referiu a essas vítimas e aos bombardeios a três centros médicos, lembrando que somente Assad e seus aliados russos têm a capacidade militar para realizar tais ataques. O regime sírio justifica a ofensiva contra Aleppo pela presença da Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.
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Os Estados Unidos e Rússia são os dois países mediadores do processo de paz na Síria, embora Moscou seja aliado do governo Bashar al-Assad. Mesmo assim, Kerry disse que está trabalhando junto com os russos para tentar restabelecer a trégua, e que conta com o apoio das outras nações com influência sobre os beligerantes, incluindo Arábia Saudita, Catar, Turquia e Irã. Ainda nesta segunda-feira, Kerry deve se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel Al Jubeir. O saudita declarou que “o que acontece em Aleppo é uma vergonha”, “uma violação humanitária” e “um crime”.
Paz – Para Staffan de Mistura, caso as duas potências não cheguem a um acordo, dificilmente serão registrados avanços. Kerry assumiu que, sem uma trégua em todo o território sírio, não será possível retomar o processo de negociações de paz na ONU. “O objetivo é voltar às negociações de paz, mas isto não será alcançado até que haja uma cessação de hostilidades em vigor em todo o país, e até que se possa distribuir assistência humanitária a todo o país sem restrições”, concluiu o americano, que chegou a dizer que o conflito na síria, “em muitos aspectos, está fora de controle”.
(Com EFE)