Jerusalém vive novo dia de tensões com confrontos e prisões
Nas últimas horas a polícia israelense prendeu 16 palestinos envolvidos em tumultos na cidade. Alguns bairros árabes registraram troca de tiros
Jerusalém viveu nesta quinta-feira mais um dia de tensão em virtude do aumento recente da violência, com novos atropelamentos deliberados, a morte de uma pessoa e confrontos na Esplanada das Mesquitas. A polícia israelense prendeu nas últimas horas dezesseis palestinos por violarem a ordem em vários bairros árabes em Jerusalém. Ao todo, 188 palestinos já foram detidos pelas forças de segurança nas últimas duas semanas em Jerusalém, informou nesta quinta-feira o porta-voz da polícia israelense, Miki Rosenfeld. Os últimos enfrentamentos eclodiram ontem à noite nos bairros árabes de Jerusalém entre grupos de palestinos e policiais israelenses, que entraram no local para realizar batidas e detenções. A troca de tiros, bombas de efeito moral e outros artefatos foram especialmente intensos em Silwan, Shuafat, Wadi Joz, Abu Tor e nos arredores da conhecida Portão dos Leões.
Neste local foi enterrado o motorista palestino que nesta quarta matou a um capitão da polícia de fronteira israelense e deixou treze pessoas feridas ao atropelá-los em uma avenida que separa Jerusalém Oriental de Jerusalém Ocidental. Além disso, na madrugada de quinta, três soldados israelenses ficaram feridos, um deles em estado grave, em outra tentativa de atropelamento, perto da colônia judaica de Gush Etzion, no distrito cisjordaniano de Belém, informou o exército israelense. Segundo um comunicado militar, um veículo de transporte que aparentemente tinha matrícula palestina se jogou contra três soldados israelenses perto de um povoado conhecido como Al Arroub e depois fugiu.
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A Jordânia, que em virtude do acordo de paz com Israel de 1994, administra as atividades religiosas na esplanada, retirou ontem seu embaixador em Israel em protesto contra o que descreveu como “violações cometidas em Jerusalém e seus lugares santos”. Forças de segurança israelenses entraram na manhã da quarta-feira na Esplanada das Mesquitas e lançaram bombas de efeito moral na Mesquita de Aqsa, terceira na hierarquia do islamismo, para reprimir protestos causados pela visita de judeus ultranacionalistas.
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Estas visitas, autorizadas pelo governo israelense, são consideradas uma provocação pelos muçulmanos. Os judeus ultranacionalistas reivindicam soberania no local e querem impedir que os muçulmanos tenham acesso à Esplanada. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou nesta manhã em entrevista à imprensa local que políticos de extrema direita estão tentando aquecer os ânimos em Jerusalém.
(Com agências EFE e France-Presse)